Capítulo 4.
Quimioterapia: Princípios e Agentes
Kristin M. Belderson, DNP RN-BC CPON ® Margie Kjellin, MSN RN NE-BC CPHON ®
Lissa Pocze, MSN RN CPNP CPON ® Mary Lynn Rae, MSN RN CPHON ®
Princípios da quimioterapia de câncer O tratamento e as taxas de sobrevida gerais do câncer infantil melhoraram drasticamente desde a introdução da quimioterapia, há mais de 60 anos. O método padrão de tratamento do câncer infantil utiliza uma abordagem multimodal, com radiação e cirurgia para o tratamento da doença local e quimioterapia para eliminar as células malignas e evitar que elas sofram metástase para novos locais (Adamson, Blaney, Bagatell, Skolnik e Balis, 2016). Medicamentos quimioterapêuticos podem ser citotóxicos (ou seja, podem induzir a morte das células), podem ser citostáticos (ou seja, podem inibir o crescimento de células tumorais por períodos de tempo) ou podem induzir a diferenciação das células. Agentes quimioterapêuticos tradicionais têm como alvo células que se dividem rapidamente, o que pode levar a alguns efeitos colaterais quando células de divisão rápida (p. ex., no trato gastrointestinal [GI] ou na medula óssea) também são afetadas. Alguns agentes mais recentes são projetados para ter como alvo as células cancerosas, mas não as células normais, reduzindo assim os efeitos colaterais da quimioterapia. Para entender como os agentes quimioterapêuticos funcionam, é essencial entender as características do ciclo celular ( Figura 4.1 ; consulte também o Capítulo 2, “Visão Geral do Câncer”), pois tanto células normais quanto malignas sofrem divisão e proliferação. CLASSIFICAÇÃO DE AGENTES QUIMIOTERAPÊUTICOS Há muitos medicamentos disponíveis para tratar diferentes tipos de cânceres, e esses agentes se encaixam em categorias de moléculas distintas de acordo com seus mecanismos de ação e estruturas químicas. A compreensão emergente da relação entre farmacocinética e farmacodinâmica abriu a porta para um estudo mais aprofundado sobre como os agentes quimioterapêuticos afetam células cancerosas e o corpo. Atualmente, os agentes são classificados em agentes citotóxicos convencionais e agentes molecularmente direcionados (consulte o Capítulo 5, “Bioterapia: Princípios e Agentes”). Agentes quimioterapêuticos convencionais são classificados de acordo com estrutura química, origem biológica, mecanismo de ação e efeito fisiológico sobre o ciclo celular. Os efeitos do ciclo celular são categorizados como específicos ao ciclo celular ou
Figura 4.1. A célula cancerosa em divisão
Copyright 2008, Renée L. Cannon, MA CMI. Usada com permissão.
não específicos ao ciclo celular. A classificação é determinada, em parte, pelas seguintes ações: • Agentes específicos ao ciclo celular exercem um efeito durante uma fase específica do ciclo celular, com o efeito máximo sobre células de divisão rápida ( Tabela 4.1 ). Agentes específicos ao ciclo celular promovem a morte de células cancerosas durante as fases ativas do ciclo celular, mais frequentemente nas fases S e M. Esses medicamentos têm o maior efeito citotóxico sobre células cancerosas de divisão rápida quando administrado em doses divididas ao longo de diversos dias ou por infusão contínua. A administração dessas quimioterapias em vários pontos de tempo garante que elas atinjam o número máximo de células durante a fase específica almejada por elas. • Agentes não específicos ao ciclo celular atuam contra células cancerosas durante todas as fases do ciclo celular, incluindo a fase de repouso (G 0 ) ( Tabela 4.2 ). Esses medicamentos são eficazes tanto contra células cancerosas proliferantes quanto não proliferantes, pois promovem a morte tanto durante as fases ativas quanto dormentes do ciclo celular, ao contrário
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