em adultos; essas malignidades raramente afetam crianças (American Cancer Society, 2017). MODALIDADES E AMBIENTES DE TRATAMENTO As principais modalidades de tratamento oferecidas a adultos e crianças com câncer são semelhantes, apesar das amplas diferenças em incidência, etiologia e epidemiologia. Quimioterapia, bioterapia, cirurgia, radioterapia e TCTH são as principais modalidades terapêuticas usadas para tratar câncer tanto em adultos quanto em crianças. Contudo, já foi demonstrado que crianças toleram essas terapias agressivas e tóxicas com uma menor incidência de complicações e efeitos colaterais do que adultos (Adamson et al., 2016). Apesar de os pacientes pediátricos frequentemente apresentarem uma doença avançada, suas enfermidades respondem mais às abordagens terapêuticas tradicionais do que malignidades em adultos. A localização geográfica de centros de tratamento do câncer costuma ser diferente para adultos e crianças. Com frequência, adultos buscam tratamentos em comunidades locais, e seus planos de tratamento são determinados em uma colaboração entre médicos da família, oncologistas médicos e cirurgiões consultores. Em geral, os adultos recebem infusões de quimioterapia em consultórios médicos locais. Mais de 90% dos pacientes de câncer pediátrico são tratados principalmente por oncologistas pediátricos que atuam como parte de uma equipe multidisciplinar de cirurgiões pediátricos e patologistas, enfermeiros clínicos, enfermeiros, especialistas em desenvolvimento infantil, assistentes sociais e psicólogos com treinamento especificamente voltado para o tratamento de crianças com câncer. Esse cuidado especializado é encontrado em hospitais pediátricos e centros médicos universitários (COG, n.d.). A maioria das crianças com câncer é tratada em um estudo clínico patrocinado pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH, National Institutes of Health ). Enquanto 1% dos adultos são inscritos em estudos clínicos, pelo menos 60% das crianças com câncer são inscritas em estudos clínicos no momento do diagnóstico (NCI, 2016a). Como o câncer infantil é raro, a formação de grupos de estudo clínico pediátrico cooperativos que coletam e combinam dados de hospitais pediátricos e instituições de pesquisa espalhados por todo o país tem sido essencial para o progresso na compreensão e tratamento de malignidades pediátricas. Nos últimos 40 anos, as taxas de sobrevida para cânceres pediátricos melhoraram drasticamente em comparação com as taxas de sobrevida para cânceres em adultos. Até a década de 1960, o câncer infantil era uma doença uniformemente fatal. Estatísticas mostram que, entre 2007 e 2013, a sobrevida de cinco anos para crianças diagnosticadas antes dos 20 anos de idade era de 84,5% (Howlader et al., 2017). Apesar dessa promissora taxa de sobrevida e da melhoria nas terapias para o câncer, o câncer permanece como a principal causa de morte infantil por doença. Entretanto, a taxa de mortalidade para adultos com câncer é exponencialmente maior do que para crianças. Em 2014, a taxa de mortalidade para crianças dos EUA com 0–19 anos com câncer era 2,2 por 100.000, ao passo que a taxa de mortalidade para adultos dos EUA com câncer entre 2010 e 2014 foi de 166,1 por 100.000 (Howlader et al., 2017). Nos cuidados com crianças com câncer, é importante entender as principais diferenças entre malignidades pediátricas e em adultos, especialmente em relação à incidência, etiologia, tipo de câncer, curso de tratamento e prognóstico da doença. Informar as crianças e familiares a respeito das diferenças entre os cânceres que afetam adultos e crianças, com foco nas diferenças no curso de tratamento, na capacidade de tolerância
desenvolvem malignidades do sistema reticuloendotelial, SNC e tecido conjuntivo, todos sistemas do corpo que crescem aceleradamente. Leucemias agudas (linfoide e mieloide) e malignidades do SNC são os cânceres infantis mais comuns (29% e 26%, respectivamente). Em contraste, mama, próstata, pulmão e colorretal são os locais originais de cânceres mais comuns of Chemotherapeutic Agents, ed. C. M. MacLeod. (pp. 191–205), Nova York, NY: Columbia University Press; e “‘Just give me the best quality of life questionnaire’: The Karnofsky Scale and the History of Quality of Life Measurements in Cancer Trials”, por C. Timmermann. Chronic Illness, 9 (3), pp. 179–190, 2013. Disponível em http://doi. org/10.1177/1742395312466903. Tabela 2.13. Escalas de desempenho Escala de Lansky (para crianças com 16 anos de idade ou menos) Pontuação Descrição 100 Totalmente ativa 90 Pequenas restrições em atividade física extenuante 80 Restrições em brincadeiras extenuantes; cansa-se mais facilmente; em outros aspectos, ativa 70 Maior restrição em brincadeiras ativas e menos tempo gasto nelas 60 No ambulatório até 50% do tempo; brincadeiras ativas limitadas com assistência/supervisão 50 Requer assistência considerável para qualquer brincadeira ativa; totalmente capaz de se envolver em brincadeiras tranquilas 40 Capaz de iniciar atividades tranquilas 30 Precisa de assistência considerável para atividades tranquilas 20 Atividades limitadas ou muito passivas iniciadas por terceiros (p. ex., assistir à televisão) 10 Completamente incapacitada, nemmesmo brincadeiras passivas Escala de Karnofsky (para crianças commais de 16 anos de idade) Pontuação Descrição 100 Normal; sem queixas; sem evidência de doença 90 Capaz de realizar atividades normais 80 Atividade normal com esforço; tem alguns sintomas 70 Cuida de si, mas incapaz de realizar atividades normais ou trabalho ativo 60 Exige assistência ocasionalmente, mas é capaz de cuidar da maioria de suas necessidades 50 Exige assistência considerável e cuidados médicos consideráveis 40 Incapacitada; exige cuidados especiais e assistência 30 Gravemente debilitada; hospitalização indicada, embora a morte não seja iminente 20 Muito doente; hospitalização necessária 10 Moribunda; processo fatal em rápida progressão De “The Measurement of Performance in Childhood Cancer Patients”, por S. B. Lansky, M. A. List, L. L. Lansky, C. Ritter-Sterr e D. R. Miller, 1987, Cancer, 60 (7), 1651–1656. doi:10.1002/1097-0142(19871001)60:7<1651::AID- CNCR2820600738>3.0.CO;2-J; “The Clinical Evaluation of Chemotherapeutic Agents in Cancer”, por D. A. Karnofsky e J. H. Burchenal, em Evaluation
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Capítulo 2. Visão Geral do Câncer
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