consecutivos e há evidências de recuperação da produção de plaquetas e hemoglobina. O enxerto pode ocorrer a qualquer momento após a infusão de CPH e varia dependendo da fonte de CPH e do histórico médico e condição atual do paciente. Glóbulos brancos costumam se enxertar primeiro, seguidos por plaquetas e hemoglobina (Norville e Staton, 2014). TERAPIA BIOLÓGICA A terapia biológica é definida como o tratamento de doenças usando substâncias derivadas de organismos vivos. Agentes bioterapêuticos podem ser classificados em duas categorias amplas: • Imunoterapia: agentes que ativam, modulam ou restauram o sistema imunológico do hospedeiro para controlar o câncer; entre os exemplos estão citocinas, fatores de crescimento, inibidores de checkpoint , vacinas e transferência adotiva de células. • Terapia molecular alvo-dirigida: agentes que agem diretamente sobre uma célula cancerosa para exercer efeito sobre uma via ou função específica da qual a célula cancerosa depende para seu crescimento, divisão ou alastramento; entre os exemplos estão anticorpos monoclonais, inibidores de tirosina quinase, inibidores de proteassoma e inibidores de transdução de sinal. O objetivo da imunoterapia para o câncer é promover ou devolver a capacidade que o sistema imunológico tem de detectar e destruir ás células cancerosas (Disis, 2014). A capacidade adquirida da célula cancerosa de evitar a detecção por parte do sistema imunológico contribui para sua capacidade de proliferar. Alguns agentes bioterapêuticos podem ter efeitos citotóxicos diretos (ou seja, direcionados). Outros agentes bioterapêuticos são usados não para matar diretamente a célula cancerosa, mas para alterar o DNA ou RNA das células cancerosas ou tornar o câncer mais reconhecível para o sistema imunológico. Imunoterapia Imunoterapias auxiliam o sistema imunológico na detecção e combate a células cancerosas. Citocinas ajudam a acelerar o sistema imunológico e, em alguns casos, podem amplificar a capacidade que o corpo tem de reconhecer e matar células cancerosas. Três tipos de citocina atualmente em estudo e usados em terapias são interleucinas, interferons e fatores de crescimento (NCI, 2015a). Terapia molecular alvo-dirigida O termo terapia alvo-dirigida/direcionada descreve tratamentos voltados para interferir em proteínas específicas que ajudam cânceres a crescer e se dividir. Entre os mecanismos de ação para terapias direcionadas estão privar as células cancerosas dos hormônios necessários ao crescimento, interferir no crescimento de vasos sanguíneos que alimentam o tumor e até mesmo entregar toxinas diretamente às células cancerosas, ao mesmo tempo que são salvas as células sem marcadores tumorais (NCI, 2014). Anticorpos monoclonais são projetados para marcar a célula cancerosa de forma que o sistema imunológico saiba que deve atacá-la. Terapia genética A terapia genética é uma abordagem mais recente e mais inovadora ao tratamento de cânceres infantis. A terapia genética se concentra na alteração do código genético de uma célula tumoral inserindo genes nas células para programar a morte celular. Essa técnica exige identificação do gene responsável,
clonagem bem-sucedida de cópias normais do gene e desenvolvimento de um vetor para inserir o gene clonado nas células tumorais. O tratamento de cânceres pediátricos envolve diversas modalidades. Normalmente, são usadas várias combinações de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e bioterapia. Os profissionais de saúde precisam reconhecer a reatividade cruzada entre as modalidades e preparar os pacientes e suas famílias para os efeitos colaterais das diversas modalidades. TERAPIAS INTEGRATIVAS A terapia integrativa é um fenômeno crescente no tratamento de câncer pediátrico. Embora a pesquisa de apoio ao uso de terapias integrativas de cura não esteja prontamente disponível, um crescente conjunto de dados sustenta o uso de terapia integrativa de forma simultânea às terapias previamente discutidas. Entre as terapias integrativas estão aromaterapia, Reiki, acupuntura, massagem, imagens guiadas e musicoterapia. Quando usadas em conjunto com terapias tradicionais, as terapias integrativas se revelaram bastante promissoras na melhoria do gerenciamento dos sintomas de efeitos colaterais relacionados ao tratamento e ao tumor, reduziram especificamente a dor, reduziram a náusea, reduziram a ansiedade e melhoraram a qualidade de vida (Deng e Cassileth, 2014). Avaliação da resposta à terapia Para determinar se o regime de tratamento está tendo o efeito desejado contra a malignidade, a resposta de cada paciente ao regime de tratamento é avaliada a intervalos regulares durante a terapia ativa e quando o tratamento planejado já foi concluído. Em geral, a resposta é medida após cada fase de tratamento (p. ex., indução, consolidação, manutenção), após dois ou três ciclos de quimioterapia ou após a conclusão de diferentes modalidades (p. ex., cirurgia, radioterapia, quimioterapia). Os resultados são comparados com as medições feitas no momento do diagnóstico. A resposta à terapia determina se o paciente deve continuar no regime atual ou se outras opções de tratamento devem ser consideradas. A resposta ao tratamento é medida por critérios objetivos e subjetivos. Os critérios objetivos costumam ser específicos ao protocolo ou à doença. CARACTERÍSTICAS DO TUMOR QUE AFETAM A RESPOSTA A resposta de uma malignidade ao tratamento é afetada por diversos fatores. Entre esses fatores estão as características celulares e genéticas da malignidade, a atividade de proliferação celular do tumor, a quantidade e a extensão da doença e o desenvolvimento de resistência ao medicamento. Morfologia e histologia do tumor Células malignas podem ser classificadas de acordo com seu grau de diferenciação ou com a semelhança entre a célula tumoral e a célula de origem ( Tabela 2.12 ). Diz-se que quanto menos características a célula maligna tem em comum com o tipo de célula de origem, mais indiferenciada ela é. Uma célula maligna indiferenciada costuma ser mais agressiva e difícil de se erradicar com tratamentos padrão. Anomalias citogenéticas e moleculares As alterações genéticas presentes em uma célula tumoral podem influenciar a resposta dessa célula tumoral ao tratamento. Estudos de resposta da doença indicam que algumas alterações
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