precisa da data e hora da obtenção de cada espécime. Espécimes farmacogenéticos também precisam ser coletados e documentados adequadamente. Instrução ao paciente e à família Os enfermeiros devem instruir os pacientes e seus cuidadores a respeito de todos os testes genéticos identificados que possam exigir um ajuste de dose. Se o paciente estiver recebendo doses ajustadas, o paciente e seus familiares devem saber disso como parte do processo de consentimento esclarecido, para que possam agir em defesa própria. A garantia da adesão do paciente aos regimes de terapia com medicamentos prescritos é uma preocupação quando as medicações são autoadministradas, como costuma ser o caso da quimioterapia oral. Instruir o paciente e seus familiares é importante para reforçar a administração adequada e a adesão ao medicamento. A instrução deve incluir o seguinte: • Fornecer instruções detalhadas de como a medicação deve ser administrada. • Avaliar a compreensão do cuidador e do paciente de como uma medicação deve ser administrada. • Fazer perguntas para determinar se o paciente está tomando medicações simultâneas (tanto de uso controlado quanto livremente comercializadas) ou fitoterapias que possam causar uma interação. Os enfermeiros desempenham um papel vital no avanço da ciência de terapias de medicação mais individualizadas. Entender os processos de como as medicações são metabolizadas e como o metabolismo pode ser diferente entre pacientes é importante para uma coleta de dados precisa, instrução ao paciente e a geração de ideias para novas áreas de pesquisa. Enfermeiros que trabalham com farmacêuticos clínicos e médicos podem ajudar a aumentar a segurança da medicação e, por fim, a satisfação do paciente e da família com a terapia. Modalidades de terapia O tratamento do câncer pediátrico é complexo, e uma abordagem multimodal permanece sendo o padrão mais seguido. Entre as opções de modalidade de tratamento estão cirurgia, quimioterapia, bioterapia, radioterapia e transplante de células-tronco hematopoiéticas. Uma combinação de duas ou mais modalidades é usada na maioria dos regimes de tratamento de câncer infantil. Talvez um dos mais recentes e menos estudados auxiliares da terapia seja a medicina integrativa. Usada em conjunto com as terapias previamente mencionadas, a medicina integrativa pode fornecer medidas de apoio que controlam sintomas, aumentam o bem-estar e contribuem para os cuidados gerais com o paciente (Abrams e Weil, 2014). CIRURGIA Procedimentos cirúrgicos são usados em diversos aspectos do gerenciamento do câncer, incluindo diagnóstico e estadiamento, tratamento e cuidados de apoio ( Tabela 2.10 ). No momento do diagnóstico, pode ser usada cirurgia ou biópsia para se obter o tecido tumoral necessário à confirmação da malignidade e à determinação do plano de tratamento (Weldon, Anderson, Gebhardt e Shamberger, 2015). Entre os fatores que influenciam o método ideal da obtenção cirúrgica do espécime de tecido estão o local do tumor, o tipo de tumor suspeito e a estabilidade do paciente. Há diversos métodos cirúrgicos para obtenção de tecido tumoral (Rossetto, 2014; Rossetto e Cartwright, 2011):
• Biópsias com agulha (as agulhas são colocadas de maneira percutânea, e estudos de imagem [TC, MRI, ultrassom] podem ser usados para orientar a colocação da agulha). – Aspiração com agulha fina (usando uma agulha fina e oca). – Biópsia central, incluindo biópsia de medula óssea (uma agulha oca maior fornece um espécime maior). • Biópsias cirúrgicas – Biópsia incisional, na qual um pedaço do tumor é removido sob anestesia geral (esse método é usado quando a ressecção completa não é possível ou não é necessária antes da quimioterapia e controle local [terapia adjuvante]). – Biópsia excisional, que busca a remoção completa do tumor, com margens negativas. A cirurgia é frequentemente usada como método de tratamento do câncer. O principal objetivo é reduzir a carga tumoral, de forma que as células cancerosas restantes possam ser mais eficazmente destruídas por fatores imunológicos do hospedeiro, quimioterapia ou imunoterapia. Melhorias em quimioterapia e radioterapia reduziram a necessidade de ressecções cirúrgicas radicais em muitas malignidades pediátricas. Contudo, poucos tumores sólidos são tratados com sucesso sem algum grau de intervenção cirúrgica (Rossetto e Cartwright, 2011). A ressecção é o tratamento cirúrgico de um tumor por sua remoção. A ressecção pode ser feita quando o procedimento diagnóstico é feito, após a quimioterapia pré-operatória ou após a radioterapia. A extensão da ressecção se baseia na estimativa do cirurgião da quantidade de tumor e em estudos de imagem objetivos. Uma ressecção completa envolve a remoção de todas as evidências visíveis e microscópicas do tumor, de forma que nenhuma parte do tumor, nem mesmo um tumor residual mínimo, seja deixada para trás. A ressecção completa é indicada apenas para tumores que possam ser removidos com segurança e comprometimento mínimo dos tecidos e estruturas adjacentes. A ressecção total bruta é a remoção de todo o tumor visível, mas pode haver ainda doença microscópica presente. O debulking (citorredução) cirúrgico ou a ressecção parcial envolve a ressecção de uma parte de um tumor, quando a massa total não pode ser removida de forma completa ou segura. O debulking cirúrgico pode ser feito como tratamento primário ou após a quimioterapia ou radioterapia. A ressecção também pode ser realizada para reduzir a pressão sobre a coluna ou sobre órgãos vitais, como o intestino ou a bexiga. Pacientes com tumores grandes não passíveis de ressecção podem passar por uma cirurgia de segunda observação. Tabela 2.10. Indicações para cirurgia em pacientes de oncologia pediátrica • Biópsia diagnóstica • Estadiamento e procedimentos de segunda observação • Redução de massa ou ressecção parcial do tumor • Ressecção completa do tumor • Desbridamento de tecido necrótico • Alívio de obstrução mecânica • Paliação de sintomas por redução de carga tumoral sem intenção de cura • Cuidados de apoio (acesso venoso, shunts , tubos de gastrostomia)
28 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição
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