PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

os tecidos em busca de antígenos estranhos e costumam ser os primeiros reagentes a chegar ao local da infecção. Eles também apresentam os antígenos a células T e iniciam a inflamação via liberação de citocinas. Neutrófilos são o próximo grupo de células fagocíticas encontrado no local da infecção ou invasão. Eles são células de vida curta que circulam na corrente sanguínea, mas que migram para tecidos quando recrutados por macrófagos em resposta à invasão por parte de um patógeno. Tanto macrófagos quanto neutrófilos têm TLRs ou outros receptores superficiais celulares que os ajudam a reconhecer patógenos. Em geral, macrófagos sobrevivem ao processo fagocitário e continuam a vigilância por outros patógenos estranhos. Normalmente, neutrófilos morrem após concluir sua atividade fagocitária. Esses neutrófilos mortos costumam compor o pus que se forma em feridas infectadas (Alberts et al., 2015). Quando o patógeno é grande demais para que macrófagos e neutrófilos o ataquem e o destruam, eosinófilos auxiliam na destruição dele. Eosinófilos auxiliam na fagocitose de patógenos maiores, incluindo parasitas. Se o parasita for revestido por um anticorpo ou complemento, o eosinófilo o reconhecerá como patógeno e o matará (British Society for Immunology, 2016). À medida que os macrófagos são ativados, eles induzem uma resposta inflamatória imunológica, que é caracterizada por dor, vermelhidão, calor e inchaço. Essa resposta estimula outros glóbulos brancos, como neutrófilos, linfócitos e monócitos. Citocinas são liberadas e enviam um sinal a outros monócitos e células dendríticas para que vão até a área da infecção. Essas células, por sua vez, desencadeiam a febre. Esse aumento na temperatura ajuda o sistema imunológico adaptativo a continuar trabalhando. Contudo, se essa reação inflamatória for excessiva, ela pode resultar na síndrome da liberação de citocinas, que é vista em algumas imunoterapias, como a terapia de células T CAR. Células exterminadoras naturais e o sistema imunológico inato Células exterminadoras naturais (NK) são linfócitos que fornecem proteção contra infecções virais e bacterianas. Elas também desempenham uma função na vigilância imunológica de células cancerosas. Células NK matam seletivamente células que expressam baixos níveis de proteínas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) classe I. Elas incluem algumas células cancerosas e células que estão infectadas por vírus. A célula NK se liga à célula-alvo e, em seguida, secreta enzimas que abrem buracos na membrana da célula-alvo, permitindo que moléculas citotóxicas entrem e causem a lise celular. Interferons, produzidos pelo ataque da célula-hospedeira ao RNA viral, intensificam a atividade de células NK. Outras células do sistema imunológico inato Entre outras células que têm uma função no sistema imunológico estão: • Células dendríticas, que interagem com linfócitos e os estimulam a iniciar ou manter uma resposta imunológica contra um patógeno. • Basófilos , leucócitos que liberam citocinas, leucotrienos e histamina em resposta a patógenos, e também podem desempenhar uma função na resposta imunológica a parasitas. • Mastócitos, que têm uma função na resposta inflamatória e nas reações alérgicas e também fornecem proteção contra infecção parasitária; eles ficam nas superfícies mucosas do trato gastrointestinal e pulmões, na pele e em torno de vasos sanguíneos.

A resposta do sistema imunológico inato é não específica. Ela não depende de uma exposição anterior para combater um patógeno estranho em particular. Qualquer célula com marcador superficial que não seja do hospedeiro será atacada. Embora a resposta seja imediata, a atividade fagocitária desses primeiros reagentes é de curto prazo. A destruição direta que eles promovem das células invasoras e a subsequente liberação de proteínas inflamatórias ativam a próxima camada de imunidade. Imunidade adaptativa (adquirida) A terceira camada de imunidade é chamada de imunidade adquirida ou adaptativa. Ela inclui um componente mediado por células e um componente humoral. Células apresentadoras de antígeno (APCs) (macrófagos, células dendríticas e linfócitos B) ingerem antígenos estranhos, exibem fragmentos na superfície e apresentam esses fragmentos aos linfócitos. As APCs agem como importantes mensageiras para que células T ativem a resposta imunológica adaptativa (Call, Stiehm e Feldweg, 2016). Essa resposta específica começa com o reconhecimento de antígenos estranhos apresentados por APCs por meio dos antígenos leucocitários de histocompatibilidade. Moléculas de antígeno leucocitário de histocompatibilidade são proteínas encontradas nas superfícies de todas as células (exceto nos eritrócitos) que fazem a distinção entre células normais “próprias” e proteínas estranhas. Os linfócitos T varrem a superfície das células do corpo, ignoram as proteínas próprias e se fixam a células cujas moléculas de antígeno leucocitário de histocompatibilidade exibem proteínas estranhas. A célula T se fixa no antígeno estranho e secreta linfocinas. Linfocinas são mediadores químicos que induzem uma resposta específica dos linfócitos. Esses linfócitos ajudam as células T a amadurecer, atrair outras células T e ativá-las para destruir antígenos estranhos. As células T também secretam linfocinas para ajudar as células B a amadurecer. A resposta imunológica celular é iniciada quando antígenos estranhos sensibilizam células T que têm como alvo invasores intracelulares bacterianos ou virais. A resposta imunológica humoral é iniciada quando células B amadurecem e se tornam células de plasma que secretam anticorpos específicos a um antígeno ( Figura 2.9 ). Esses anticorpos também são chamados de imunoglobulinas. As imunoglobulinas são classificadas com base em sua estrutura, e cada classe cumpre uma função imunológica diferente ( Tabela 2.3 ). Quando imunoglobulinas, ou anticorpos, são produzidas por células de plasma em resposta a um patógeno específico, elas buscam esse patógeno e se fixam à superfície dele, ligando-se a um antígeno específico na superfície do patógeno. Em seguida, os complexos antígeno-anticorpo são excretados do corpo pelo fígado, baço ou sistema complemento. O sistema complemento é um sistema ou processo no qual proteínas ajudam a destruir bactérias por meio de fagocitose, ou seja, a punção da membrana celular bacteriana. Embora a resposta para essa camada do sistema imunológico seja mais lenta que a do sistema inato, a imunidade adaptativa fornece proteção constante por um período de tempo mais longo. Entre as células do sistema imunológico adaptativo (British Society for Immunology, 2016) estão: • Células B: linfócitos que são produzidos na medula óssea a partir da célula-tronco hematopoiética pluripotente. Células B produzem e secretam anticorpos como parte de sua função de erradicação de patógenos estranhos. • Células T: linfócitos que são produzidos no timo a partir da célula-tronco hematopoiética pluripotente. Há dois tipos principais de células T: células T auxiliares e células T citotóxicas.

14 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

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