PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

de ifosfamida. A dosagem e o horário da administração de mesna podem variar de acordo com os diferentes protocolos de tratamento (Matz e Hsieh, 2017). As intervenções de CH são determinadas pelo grau da CH. Grau I é hematúria microscópica; grau II é hematúria macroscópica; grau III é hematúria macroscópica com pequenos coágulos; e grau IV é hematúria grave com coagulação maciça, causando obstrução do trato urinário e necessitando retirada do coágulo por meio de instrumentos ( Johnston et al., 2016; Pérez- Huertas et al., 2017). O tratamento das hematúrias microscópica e macroscópica de graus I a III inclui hidratação oral e parenteral agressiva. Irrigação da bexiga e remoção de coágulos são recursos frequentemente usados como o próximo passo no tratamento dos graus III e IV ( Johnston et al., 2016). Se a uretra for muito pequena e não suportar uma sonda Foley de três vias para irrigação da bexiga, pode ser necessário colocar um cateter suprapúbico ou tubos de nefrostomia (Riachy et al., 2014; Au et al., 2017). Também podem ser indicadas transfusões de plaquetas ou sangue e correção do distúrbio coagulatório. O ácido aminocaproico pode ser prescrito para promover a coagulação. A CH grave ou crônica pode exigir cistoscopia e cauterização ou terapias intravesicais, como formalina, alúmen de potássio, nitrato de prata, prostaglandinas ou cola de fibrina (Matz e Hsieh, 2017). A oxigenoterapia hiperbárica tem sido utilizada com sucesso em CH persistente e grave. Os espasmos da bexiga podem ser tratados com cloreto de oxibutinina, baclofeno ou opioides (Matz e Hsieh, 2017; Riachy et al., 2014). O cidofovir, um antiviral de amplo espectro, pode ser usado para tratar infecções causadas pelo vírus BK (Pérez-Huertas et al., 2017). Possíveis complicações • CH grave ou crônica, resultando em perda de sangue e dor. • Fibrose, cicatrizes e contratura da bexiga (Johnston et al., 2016). • Obstrução, causando refluxo renal, hidronefrose e insuficiência renal (Riachy et al., 2014). Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Avaliar com precisão o balanço hídrico e o status de hidratação. • Confirmar a ausência de sangue na urina antes de iniciar o tratamento com ciclofosfamida ou ifosfamida e monitorar constantemente durante a administração. • Avaliar a ocorrência de espasmos e dor na bexiga. Intervenções • Fornecer hidratação parenteral vigorosa. • Incentivar o paciente a urinar e esvaziar a bexiga com frequência (aproximadamente a cada duas horas), dia e noite, durante 24 horas após cada dose de ciclofosfamida ou ifosfamida. • Para a ciclofosfamida oral, administrar a dose no início do dia para permitir que o medicamento passe pela bexiga antes do horário de dormir. • Administrar mesna conforme prescrição médica para doses

• Ensinar pacientes e familiares a monitorar a presença de sangue na urina. • Instruir pacientes e familiares sobre a importância de aumentar a hidratação antes e depois das doses de ciclofosfamida ou ifosfamida. Oferecer recomendações específicas sobre quantidades de ingestão oral. • Ensinar aos pacientes e familiares a importância de uma micção frequente (aproximadamente a cada duas horas) por 24 horas após a última dose de ciclofosfamida ou ifosfamida. • Orientar sobre a prevenção e controle de vômitos e diarreia para manter uma boa hidratação.

Sistema tegumentar

ALTERAÇÕES DAS MUCOSAS Definição

Mucosite é a inflamação das membranas mucosas. Estomatite se aplica especificamente à inflamação da mucosa oral. A mucosite é uma toxicidade dose-limitante comum associada à quimioterapia, com incidência estimada de 20% a 40% com quimioterapia padrão para câncer e até 80% de incidência com quimioterapia em altas doses, como no condicionamento para TCTH (Lalla et al., 2014). Esofagite é a mucosite do esôfago. É importante entender que danos às mucosas podem ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal. Fisiopatologia Mucosite, estomatite e esofagite podem decorrer do efeito direto da quimioterapia e de alguns agentes de bioterapia, ou do efeito indireto da mielossupressão. Como os agentes quimioterápicos não diferenciam as células normais das malignas, as células da mucosa que se dividem rapidamente costumam ser muito afetadas. Especialistas desenvolveram um modelo de cinco estágios que reflete o entendimento atual sobre a fisiopatologia da mucosite oral e a razão biológica para algumas das estratégias de suporte que podem ser usadas (Eilers e Million, 2011; Sonis, 2004; Figura 8.8 ). O efeito direto da quimioterapia é o resultado de uma diminuição na renovação das células epiteliais orais, o que causa atrofia mucosal localizada, ulceração difusa e início do processo de inflamação (ver Figura 8.8). A neutropenia resultante da terapia mielossupressora pode causar mucosite como efeito indireto. Sintomas Os sintomas da mucosite incluem edema da mucosa oral, gengivas e língua; alterações de cor na mucosa oral (palidez, graus variados de eritema, manchas brancas); e ulcerações. Outros sintomas associados a estomatite, mucosite e esofagite incluem alterações no paladar; rouquidão; inflamação da garganta; dor; e lábios secos e rachados. Espessamento de secreções orais e dificuldade para engolir ocorrem com frequência. Irritabilidade e salivação podem indicar mucosite em bebês e crianças pequenas. A mucosite como efeito direto da quimioterapia geralmente ocorre de três a cinco dias após o início do tratamento, com sinais visíveis de inflamação ou ulceração ocorrendo de 7 a 14 dias após o tratamento. O início, padrão, intensidade e duração da mucosite dependem do agente, dosagem e frequência da administração. Os sintomas da mucosite gastrointestinal incluem náusea, vômito, dor abdominal e diarreia. A diarreia causada por

mais elevadas de ciclofosfamida ou ifosfamida. • Administrar analgésicos, conforme necessário.

• Controlar ou compensar as diarreias e vômitos que podem ocorrer por volta do horário de administração desses agentes. Instrução ao paciente e à família • Instruir pacientes e familiares a relatarem episódios de disúria e sintomas relacionados à frequência e urgência de micção.

Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 267

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