PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

tumoral, consulte a seção “Síndrome da lise tumoral aguda” a seguir. A administração de qualquer medicamento nefrotóxico requer hidratação vigorosa com solução isotônica e atenção com a adequada hidratação intravascular. Durante a terapia com metotrexato, deve-se garantir a devida hidratação e alcalinização da urina. O resgate com leucovorina é administrado para minimizar as complicações renais. A carboxipeptidase-G2 (glucarpidase) é uma enzima recombinante que decompõe o metotrexato em metabólitos inativos, podendo ser indicada a alguns pacientes com altos níveis de metotrexato para prevenir danos nos rins. Os protocolos geralmente determinam o momento da administração, se necessário (Troxell et al., 2016). Aspirina, AINEs, inibidores da ciclooxigenase-2 (COX- 2), penicilinas, medicamentos à base de sulfa e inibidores da bomba de prótons devem ser evitados por 48 horas antes e após as infusões de metotrexato. Durante a terapia com cisplatina, a diurese deve ser mantida pelo uso de manitol ou furosemida. A administração de magnésio com hidratação também é necessária. A amifostina pode ser usada como citoprotetor para os rins (Skinner, 2017). Evite ou minimize o uso de outros medicamentos nefrotóxicos e avalie o estado de hidratação e o momento de administração dos meios de radiocontraste. Se ocorrerem perdas de eletrólitos, podem ser prescritos suplementos de potássio, cálcio, magnésio e fósforo, isoladamente ou em combinação, para corrigir os desequilíbrios. Diuréticos poupadores de potássio são utilizados quando a reposição não acompanha a perda. A dosagem desses agentes nefrotóxicos pode precisar de ajuste se a função renal estiver em declínio (Ruggiero et al., 2017). Possíveis complicações • TFG diminuída.

Schwartz); testes de TFG com radiofármacos também podem ser usados para determinar a função glomerular. • Manter registros precisos do balanço hídrico. • Avaliar diariamente o ganho de peso com edema associado. • Em terapias à base de metotrexato e cisplatina, monitorar o pH e a gravidade específica da urina, conforme indicado. • Para pacientes com hiperleucocitose ou grande carga tumoral, monitorar os sintomas da síndrome de lise tumoral durante as primeiras 48 horas após o início da terapia. Intervenções • Prever a necessidade de suspender ou interromper medicamentos nefrotóxicos ou ajustar a dose. • Garantir uma hidratação adequada, especialmente ao administrar agentes nefrotóxicos, para manter o débito urinário em 1–2 ml/kg/h. • Promover a diurese adequada com diuréticos e reposição de magnésio durante a administração de cisplatina. • Monitorar atentamente o balanço hídrico. • Minimizar náuseas, vômitos e diarreia para evitar desidratação e perda adicional de eletrólitos. • Administrar reposições de eletrólitos, conforme necessário. Instrução ao paciente e à família • Ensinar pacientes e familiares sobre a importância de manter uma hidratação adequada. • Instruir pacientes e familiares sobre os sinais e sintomas de desidratação. • Orientar os pacientes a evitarem bebidas com cafeína. • Ajudar a planejar a administração de medicamentos orais em relação à palatabilidade. SÍNDROME DA LISE TUMORAL AGUDA (SLTA) Definição A síndrome da lise tumoral aguda (SLTA) é uma emergência oncológica. É um desequilíbrio metabólico potencialmente fatal, que ocorre como resultado do rápido colapso de um grande número de células tumorais. A síndrome acontece quando há uma liberação rápida de metabólitos intracelulares que excede a capacidade excretora dos rins. Fisiopatologia A SLTA ocorre como resultado da rápida lise de um grande número de células tumorais, que liberam grandes quantidades de metabólitos intracelulares na circulação extracelular. Os distúrbios metabólicos subsequentes incluem hipercalemia (nível de potássio maior que 6 mEq/ml), hiperfosfatemia (nível de fosfato maior que 10 mg/dl), hiperuricemia (nível de ácido úrico maior que 8 mg/dl), hipocalcemia (nível de cálcio menor que 8 mg/dl) e BUN e creatinina sérica elevados. O ácido úrico ou o fosfato de cálcio podem cristalizar nos rins e causar danos renais. A hipercalemia pode induzir arritmias cardíacas. Sintomas Os sintomas da SLTA incluem fraqueza, cãibras musculares, dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, letargia e parestesia ( Figura 8.6 ). Se os sintomas progredirem, eles podem incluir bradicardia, hipotensão, oligúria, anúria, edema, ascite, dor no flanco (relacionada à obstrução do rim ou do ureter), hematúria, cristalúria, tetania ou convulsões e paralisia. Os sintomas abdominais são resultado de obstrução renal ou urinária e podem estar associados a oligúria ou anúria. As arritmias

• Acidose metabólica. • Insuficiência renal.

• Tetania ou ataques epilépticos devido a hipomagnesemia. • A síndrome da lise tumoral geralmente ocorre no momento do diagnóstico em pacientes com alta carga tumoral e rápida lise celular e durante as primeiras 72 a 96 horas após o início da terapia. Ela geralmente é transitória, mas o paciente pode precisar de diálise. • A síndrome renal de Fanconi, associada à ifosfamida, é causada pela disfunção dos túbulos proximais, resultando em perda de fosfato, bicarbonato, glicose e aminoácidos. Ela geralmente é transitória e é mais provável que ocorra após vários ciclos de terapia com ifosfamida. • A carmustina e a lomustina podem causar toxicidade irreversível de progressão lenta. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Monitorar os testes de função renal antes, durante e após a administração de quimioterapia ou bioterapia (testes específicos dependem do potencial efeito nefrotóxico do fármaco) (Ruggiero et al., 2017). – Para avaliar a função tubular proximal: eletrólitos séricos (Na, K, Cl, CO2), BUN, creatinina, cálcio, magnésio, fosfatos, glicose. – Para avaliar a função tubular distal: pH e osmolalidade da urina (idealmente a urina da manhã). – Para avaliar a TFG: creatinina sérica, clearance de creatinina; o clearance de creatinina pode ser calculado com uma fórmula matemática (como a estimativa de

Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 263

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