PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

causar efeitos colaterais como letargia, cefaleia, insônia e boca seca (Couluris et al., 2008). • Consultar um nutricionista com relação às necessidades ideais de nutrição, suplementação e planejamento de refeições do paciente. • Ajudar pacientes e familiares a obter recursos para suplementos nutricionais. Instrução ao paciente e à família • Instruir o paciente e seus familiares sobre os efeitos colaterais da quimioterapia ou terapia de suporte que podem afetar o estado nutricional do paciente. • Instruir o paciente e seus familiares sobre como otimizar o uso de antieméticos. • Ensinar ao paciente e à família a importância de uma boa higiene oral. • Ensinar aos familiares como adaptar as refeições para minimizar os sintomas: evitar alimentos com cheiro forte; oferecer refeições pequenas e frequentes; ajustar temperos e sal de acordo com as preferências do paciente. • Instruir os familiares sobre sonda NG, gastrostomia ou alimentação parenteral total, se indicado. OBESIDADE Definição Obesidade é um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode comprometer a saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016b). O ganho de peso em crianças com LLA geralmente começa no início da terapia e persiste após a interrupção do tratamento, sendo que os maiores ganhos de peso ocorrem durante a fase de indução e nos primeiros seis meses da terapia de manutenção (Zhang et al., 2014). Os sobreviventes adultos de LLA apresentam taxas de obesidade que variam de 11% a 56% (Gibson, Ehrhardt e Ness, 2016). Fisiopatologia Os possíveis mecanismos da obesidade relacionada à terapia do câncer infantil incluem danos e disfunção do eixo hipotálamo-hipófise, que causam alterações da regulação energética; insuficiência de hormônio do crescimento, que causa alterações na deposição de gordura e controle do apetite; uso de corticosteroides, que causam resistência à insulina; e aumento dos níveis sanguíneos de leptina, que regula a gordura corporal (Zhang et al., 2014). Sintomas Um alto IMC, ou índice de gordura corporal, é o sintoma que define a obesidade. Uma calculadora de IMC para crianças

está disponível on-line no site do Centers for Disease Control and Prevention (www.cdc.gov/healthyweight/bmi/calculator. html). Crianças de 2 a 19 anos são consideradas obesas quando o IMC é maior que dois desvios-padrão (ou 95º percentil ou superior) acima da mediana para a idade (Zhang et al., 2014). Para crianças com menos de dois anos de idade, a Organização Mundial da Saúde usa como padrão o comprimento, e não a estatura, para calcular o IMC. Fatores de risco (Gibson et al., 2016) • Radioterapia craniana. • Tratamento que inclui corticosteroides. • Menos idade no diagnóstico. • Sexo feminino. • Deficiência do hormônio do crescimento. • Histórico de obesidade na família. Tratamento médico • Intervenção e educação precoces focadas em escolhas de estilo de vida saudáveis. • Recomendações para um programa formal de perda de peso que inclua aconselhamento comportamental, atividade física e modificações na dieta. • Tratamento com medicamentos, se necessário. Possíveis complicações • Doença cardiovascular. • Estresse nas articulações. • Diabetes tipo 2. • Câncer. • Angústia psicossocial. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliação • Documentar cuidadosamente a estatura e o peso a cada visita. • Monitorar tendências de alteração no gráfico de crescimento ao longo do tempo. Intervenções • Conversar com pacientes e familiares, logo no início do tratamento, sobre o risco de obesidade para sobreviventes de LLA. • Oferecer apoio psicossocial. • Consultar um nutricionista, se apropriado.

Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 259

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