em crianças durante o regime de condicionamento e o período neutropênico pós-TCTH, e chegou-se à conclusão de que é seguro, mas são necessários ensaios clínicos randomizados para fornecer instruções claras de uso (Ladas et al., 2016). O tratamento da diarreia mediada por células T causada pelo ipilimumabe inclui cuidados de suporte com fluidos intravenosos e reposições de eletrólitos. A metilprednisolona IV também pode ser necessária se a colite for grave (Postow, 2015). Possíveis complicações • Desidratação, choque hipovolêmico. • Hipocalemia, hipercalcemia, acidose metabólica, desnutrição. • Diminuição da absorção de medicamentos orais. • Sepse decorrente de diarreia infecciosa. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Avaliar se há sons intestinais hiperativos. • Avaliar a quantidade, frequência, consistência, cor e odor das fezes. • Monitorar o peso do paciente diariamente. • Monitorar o turgor da pele, as membranas mucosas e os eletrólitos quanto a sinais e sintomas de desidratação. • Avaliar se há descamação da pele na área perirretal. Intervenções • Monitorar atentamente o balanço hídrico. • Incentivar refeições pequenas e frequentes com proteínas, alimentos ricos em potássio e fibras solúveis para aumentar a absorção de líquidos no trato GI. • Evitar alimentos apimentados, laticínios e grandes quantidades de suco de frutas. • Administrar antiespasmódicos conforme a prescrição e monitorar sua efetividade. • Fornecer antidiarreicos, se indicado. • Limpar bem a área perirretal após cada evacuação. Fornecer banhos de assento ou banheira para conforto e limpeza. • Fornecer uma barreira cutânea apropriada para a área perirretal. Instrução ao paciente e à família • Instruir pacientes e familiares sobre quais agentes em seu regime de tratamento podem causar diarreia. • Educar pacientes e familiares sobre a importância de bons cuidados para a pele da área perirretal. • Ensinar os pacientes e familiares a usarem soluções de limpeza sem álcool e sem perfume e barreiras cutâneas para proteger a pele e promover a cicatrização. LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR MEDICAMENTOS (HEPATITE QUÍMICA) Definição Uma das principais funções do fígado é converter os medicamentos em uma forma que possa ser usada pelo corpo. A lesão hepática induzida por medicamentos (DILI, drug-induced liver injury ) ocorre quando os subprodutos do metabolismo de um medicamento causam comprometimento da função hepática, danificando diretamente os hepatócitos ou o sistema de transporte da bile. O dano pode ser transitório ou levar a consequências permanentes.
Fatores de risco • Agentes de quimioterapia, incluindo cisplatina, citarabina, dacarbazina, dactinomicina, daunomicina, doxorrubicina, fluorouracil, hidroxiureia, irinotecano, metotrexato, mecloretamina, paclitaxel, tioguanina e topotecano. • Agentes de bioterapia, incluindo bevacizumabe, cetuximabe, crizotinibe, erlotinibe, everolimo, gefitinibe, imatinibe, interleucina 2, interferon, ipilimumabe, nivolumabe, pazopanibe, sorafenibe, sunitinibe e tensirolimo (Pessi et al., 2014). • Regimes de condicionamento para TCTH, que podem continuar por duas semanas após o TCTH. • Radiação abdominal ou pélvica. • Tumores endócrinos, que podem causar hipersecreção intestinal. • Enteropatógenos bacterianos, virais e parasitários. Em um estudo retrospectivo em oncologia pediátrica de pacientes com diarreia, um terço dos pacientes tinha mais de um organismo, e os mais comuns eram Clostridium difficile, norovírus, adenovírus e astrovírus (Mhaissen et al., 2017). • Cirurgia abdominal com remoção de segmentos do intestino delgado, o que pode afetar a reabsorção de eletrólitos. • Outros medicamentos, como antibióticos, antiácidos, anti- hipertensivos, laxantes, metoclopramida e suplementos de eletrólitos. Tratamento médico Os principais objetivos do tratamento médico da diarreia são descartar um processo infeccioso, evitar a desidratação, minimizar a ruptura da pele perirretal e promover o conforto. Agentes antidiarreicos e antiespasmódicos podem ser usados para diminuir a frequência das fezes e das cólicas abdominais. A octreotida inibe a secreção do hormônio gastrointestinal e pode prolongar o tempo de trânsito pelo trato GI, diminuindo a intensidade e a duração das diarreias associadas a alguma quimioterapia (Muehlbauer e Lopez, 2014). As amostras de fezes devem ser testadas (por cultura de fezes ou por teste de antígeno) para determinar a presença de micro-organismos que possam estar causando a diarreia. O uso prolongado de antibióticos aumenta o risco de crescimento excessivo de microorganismos oportunistas que causam enterite, como Clostridium difficile . Fluidoterapia IV é prescrita para pacientes com desidratação ou incapazes de manter uma ingestão adequada de líquidos. Para minimizar o risco de perda significativa de sangue com diarreia intensa ou prolongada, devem ser mantidos níveis adequados de plaquetas. A diarreia precoce que ocorre dentro de 24 horas após a administração do irinotecano geralmente apresenta sintomas colinérgicos, incluindo aumento da salivação, diaforese e cólicas abdominais. Os sintomas respondem à atropina. A diarreia tardia, que inicia 24 horas após a administração do irinotecano, é tratada com loperamida. As instruções para tratamento de sintomas geralmente podem ser encontradas na seção de cuidados de suporte dos protocolos de tratamento. Os probióticos são uma das terapias biológicas alternativas e complementares mais usadas em crianças com diarreia viral ou induzida por antibióticos. Embora os probióticos sejam bem tolerados em bebês e crianças, os estudos em crianças com câncer ainda são limitados. Os probióticos mostraram sua segurança em diversos contextos clínicos, mas vários relatos sugerem que os probióticos, que contêm organismos ativos vivos, podem ter causado bacteremia em receptores de TCTH. Um estudo recente avaliou o uso de Lactobacillus plantarum
Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 253
Powered by FlippingBook