longa (40 horas) e maior capacidade de ligação ao receptor ( Jordan, Gralla, Jahn e Molassiotis, 2014). As diretrizes de prática clínica da Sociedade Americana de Hematologia/Oncologia Pediátrica (ASPHO, American Society of Pediatric Hematology/ Oncology ) para prevenção de CINV aguda agora incluem a palonosetrona como opção de antagonista 5-HT 3 para crianças com mais de um mês de idade que recebem quimioterapia altamente emetogênica (Patel et al., 2017). A dose é de 0,02 mg/ kg (dose máxima de 1,5 mg), administrada por via intravenosa, uma vez ao dia, para pacientes recebendo quimioterapia altamente emetogênica. Deve ser usada com cautela em pacientes com intervalos de condução cardíaca prolongados, especialmente QTc prolongado ( Tabela 8.19 ). Embora a palonosetrona tenha um perfil clínico interessante, sua utilidade pode ser prejudicada pelo seu custo. O medicamento é muito mais caro que os antagonistas do receptor 5-HT 3 de primeira geração. A olanzapina, um antipsicótico atípico, parece bloquear os receptores no SNC que estimulam o CINV. A olanzapina pode ser tão eficaz quanto o aprepitanto, e alguns estudos em adultos mostraram uma tendência a menos náuseas e vômitos tardios em regimes que continham olanzapina (NCCN, 2017c). Não há indicação para uso pediátrico de olanzapina em casos de CINV. A olanzapina foi utilizada off-label em adolescentes para CINV com um corticosteroide e um antagonista 5-HT3 (Navari, 2017). Possíveis complicações • Desidratação, distúrbios metabólicos. • Anorexia e perda de peso. • Falta de adesão ao tratamento. • Resposta ineficaz à terapia antiemética. • Desconforto. • Possibilidade de aspiração, especialmente bebês e crianças pequenas. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Avaliar o paciente quanto a casos anteriores de náusea e vômito. • Usar uma ferramenta para avaliar a náusea: escala visual analógica (0–10); escala Baxter Retching Faces (BARF) (Baxter, Watcha, Baxter, Leong e Wyatt, 2011); ou a Ferramenta de Avaliação de Náusea Pediátrica (PeNAT – Pediatric Nausea Assessment Tool ) (Dupuis, Taddio, Kerr, Kelly e MacKeigan, 2006) (Figura 8.3). • Avaliar frequentemente a eficácia da terapia antiemética e comunicar a necessidade de alterações ao médico prescritor. • Determinar quais intervenções não farmacológicas ajudaram com náuseas no passado. • Considerar diferenças culturais que podem afetar o estilo de enfrentamento do paciente. • Monitorar o balanço hídrico dos pacientes. Intervenções • Administrar antieméticos conforme prescrição. Desenvolver e comunicar o plano emético individualizado para a futura quimioterapia. • Incorporar estratégias não farmacológicas que foram bem- sucedidas para o paciente no passado, como massagem terapêutica, acupressão (Sea Band) ou pressão pós-auricular, acupuntura, biofeedback , hipnose, imagens guiadas, terapia cognitivo-comportamental, terapia com animais de estimação,
Figura 8.2. Acupressão do ponto P6 para náusea
De: Wikivisual, disponível em https://www.wikihow.com/Stop-Nausea-With- Acupressure#/Image:Stop-Nausea-With-Acupressure-Step-2-Version-4.jpg.
quimioterapia de média e alta emetogenicidade (Dupuis et al., 2016). Para pacientes com absoluta contraindicaçâo à dexametasona, é recomendável usar nabilona ou clorpromazina. O benzodiazepínico lorazepam pode ser usado como medicamento suplementar eficaz para náusea antecipatória. Anti-histamínicos como difenidramina e hidroxizina podem ser adjuvantes úteis em regimes antieméticos, pois bloqueiam os receptores histamínicos (H1) e muscarínicos (M1) no VC. A escopolamina também pode ser usada como adjuvante porque bloqueia os receptores M1 no VC. Os canabinoides incluem o Delta-9-tetrahidrocanabinol e a nabilona, um canabinoide sintético. Esses agentes atuam nos receptores do VC para inibir náuseas e vômitos. Fazer a titulação da dosagem de canabinoides é importante para prevenir sintomas disfóricos adversos. O aprepitanto é o primeiro fármaco da classe dos antagonistas da substância P/NK-1 com eficácia no alívio de sintomas da fase aguda e, principalmente, da fase tardia do CINV. A substância P se liga aos receptores NK-1 encontrados no trato gastrointestinal e nos sistemas nervoso central e periférico. O aprepitanto é geralmente administrado em conjunto com um antagonista do receptor 5-HT 3 e dexametasona. A administração de aprepitanto junto com um antagonista 5-HT 3 e um corticosteroide foi bem tolerada em um estudo com indivíduos de 11 a 19 anos de idade, e a farmacocinética indica que o regime de dosagem para adultos é apropriado para adolescentes (Gore et al., 2009). A dosagem para adultos é de uma cápsula de 125 mg por via oral uma hora antes do início do tratamento quimioterápico e, em seguida, uma cápsula de 80 mg pela manhã durante dois dias após a quimioterapia. O aprepitanto é aprovado para uso em crianças com seis meses de idade ou mais. A primeira geração de antagonistas do receptor 5-HT 3 (p. ex., ondansetrona, dolasetrona, granisetrona, tropisetrona) é essencial para a terapia antiemética em regimes quimioterápicos de média e alta emetogenicidade, além de ser eficaz na prevenção de náuseas e vômitos agudos. No entanto, essa geração não é tão eficaz no controle de náuseas e vômitos tardios. A palonosetrona é um antagonista do receptor 5-HT 3 de segunda geração. Ao contrário dos agentes de primeira geração, a palonosetrona tem uma meia-vida significativamente mais
Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 245
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