PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

Tabela 8.13. Toxicidades cardíacas comuns relacionadas a quimioterapia e bioterapia (continuação)

Alterações do miocárdio (danos aos miócitos)

Classificação do agente

Arritmias (elétricas)

Tipo 2 a (aguda, temporária) • Efusão do pericárdio

Tipo 1 a (permanente)

Nome do agente

Fatores de risco

Disposições diversas Trióxido de arsênio • QTc longo

Vorinostat

• QTc longo a • Alterações de ST não específicas a

Pentostatina

• Arritmias

• Angina

• Infarto do miocárdio

Nota . AV = atrioventricular; ICC = insuficiência cardíaca congestiva; ECG = eletrocardiograma; VE = ventricular esquerda; LVEF = left ventricular ejection fraction (fração de ejeção de ventrículo esquerdo); CVP = contração ventricular prematura; TSV = taquicardia supraventricular. De: a “Cardiovascular Toxicity of Biologic Agents for Cancer Therapy”, por M. Bhave, N. Akhter e S. T. Rosen, 2014, Oncology (Williston Park), 28 (6), pp. 482–490; b “Review of Cardiotoxicity in Pediatric Cancer Patients: During and After Therapy”, por J. M. Fulbright, 2011, Cardiology Research and Practice, 2011, p. 942090. doi:10.4061/2011/942090; c “Cardiovascular Side- Effects of Modern Cancer Therapy”, por M. Minami, S. Matsumoto e H. Horiuchi, 2010, Circulation Journal, 74 (9), pp. 1779–1786. doi:10.1253/circj.CJ-10-0632.

• Inibidores de enzima conversora de angiotensina (enalapril ou captopril) podem ser prescritos para pacientes com disfunção ventricular esquerda significativa. Possíveis complicações • Desenvolvimento de disfunção ventricular esquerda (p. ex., ICC). • Arritmias, contrações ventriculares prematuras e contrações atriais prematuras. • Morte súbita cardíaca. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Monitorar sinais e sintomas de ICC: intolerância a exercícios, inchaço das pernas ou pés, tosse produtiva. • Monitorar os sinais vitais e a saturação de oxigênio. • Monitorar resultados de ECO e ECG regularmente (ver Tabela 8.14 ). • Monitorar biomarcadores cardíacos (N-terminal do pró- hormônio do peptídeo natriurético cerebral [BNP] e troponina T cardíaca) se usado (Lipshultz, Miller, Scully et al., 2012). • Embora não esteja associado à toxicidade cardíaca, avaliar o dispositivo de acesso venoso quanto à permeabilidade com um bom retorno sanguíneo antes de administrar antraciclinas para evitar o risco de extravasamento. Intervenções • Calcular e documentar a dosagem cumulativa de antraciclinas (ver Tabela 8.15 ). Como nem todas as antraciclinas têm a mesma potência, uma fórmula é usada para converter as dosagens utilizadas em dosagens equivalentes de antraciclina (às vezes chamadas dosagens equivalentes de doxorrubicina ou isotóxicas de antraciclina). Consulte a Tabela 8.16 para calcular as dosagens equivalentes de antraciclina. • Administrar oxigênio conforme necessário. • Administrar medicamentos usados para aumentar o débito cardíaco (p. ex., diuréticos, antiarrítmicos), se houver indicação. Instrução ao paciente e à família • Ensinar pacientes e familiares sobre os efeitos colaterais da quimioterapia cardiotóxica.

• Ensinar pacientes e familiares a reconhecerem os sinais e sintomas de ICC. • Destacar a importância de exames físicos regulares e consultas de acompanhamento no longo prazo. HIPOTENSÃO Definição A hipotensão é identificada quando a pressão arterial sistólica ou diastólica cai abaixo do quinto percentil para a idade; ou dois desvios padrão abaixo da pressão arterial média por idade e gênero. Fisiopatologia A pressão arterial normal é mantida pelo débito cardíaco e pela resistência periférica. Ambos são cuidadosamente regulados por um complexo sistema de biofeedback envolvendo rins, hormônios e sistema nervoso simpático e parassimpático. Diversos mecanismos podem acarretar hipertensão: • Diminuição do volume sanguíneo: perda de líquidos devido

a desidratação, vômitos prolongados e diarreia. • Diminuição do débito cardíaco. ICC, bradicardia.

• Diminuição da resistência vascular periférica: vasodilatação. Os enfermeiros oncológicos precisam conhecer as possíveis causas de hipotensão, a fim de realizarem as intervenções apropriadas (Vogel, 2010): • Mudança de posição (levantar-se de uma posição deitada ou sentada), conhecida como hipotensão ortostática. • Hipovolemia. • Liberação de citocinas como resultado da destruição de células direcionadas (os sintomas desaparecem com doses subsequentes da droga; geralmente é controlada pela redução da taxa de infusão). • Hipersensibilidade. Fatores de risco • Agentes de quimioterapia e bioterapia associados à hipotensão (frequentemente relacionados à infusão): antraciclinas, etoposido, vincristina, alentuzumabe, cetuximabe, rituximabe e vorinostat ( Tabela 8.17 ). • Medicamentos: propofol, imunoglobulina IV. • Hidratação inadequada. • Sepse.

Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 237

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