intersticiais para os alvéolos, o que diminui a capacidade de troca de oxigênio e resulta em hipóxia e sintomas relacionados. A lesão pulmonar aguda é definida como PaO 2 /FiO 2 menor ou igual a 300 mmHg, que é uma proporção que compara a concentração de oxigênio no sangue arterial (pressão parcial de O 2 no sangue arterial [PaO 2 ]) com a concentração de oxigênio inspirado (fração de O 2 inspirado [FiO 2 ]). Sintomas Os sintomas incluem dispneia, tosse, hipoxemia, febre baixa, fadiga e crepitações na ausculta, sem evidência de hipertensão atrial esquerda ou insuficiência cardíaca congestiva. Os sintomas geralmente se desenvolvem dentro de algumas horas ou dias após a exposição ao agente causador. Os sintomas do edema pulmonar podem ser reversíveis com reconhecimento precoce, cuidados de suporte agressivos e descontinuação do agente causador (Briasoulis e Pavlidis, 2001). Fatores de risco • Sobrecarga de fluidos intravenosos. • Agentes de quimioterapia: citarabina (mais comum); ácido all-trans retinoico, trióxido de arsênio, gencitabina, vimblastina. • Certos agentes biológicos: interleucina-2, filgrastim (Briasoulis e Pavlidis, 2001). Complicações • Progressão para SDRA (quando PaO 2 /FiO 2 cai para 200 mmHg ou menos). • Desenvolvimento de fibrose pulmonar. Tratamento médico • Diurese. • Corticosteroides intravenosos. • Oxigenoterapia suplementar e ventilação mecânica podem ser necessárias. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliação • Monitorar alterações no estado respiratório: dispneia, crepitação e roncos no peito. • Monitore o balanço hídrico e o peso diariamente. • Monitorar atentamente os sintomas de pneumonite de hipersensibilidade ao administrar agentes que causam esse efeito. Intervenções • Administrar oxigênio suplementar conforme prescrição. • Administrar diuréticos e monitorar a resposta. Instrução ao paciente e à família • Orientar pacientes e familiares a observarem alterações no estado respiratório após receberem agentes que causam edema pulmonar não cardiogênico. • Instruir pacientes e familiares a comunicarem imediatamente sintomas de dispneia, novos episódios de tosse e aumento do inchaço. SÍNDROME DO EXTRAVASAMENTO CAPILAR Definição A síndrome do extravasamento capilar consiste em um aumento da permeabilidade do endotélio capilar, permitindo que fluidos e proteínas intravasculares extravasem para os
Possíveis complicações • Desenvolvimento de fibrose pulmonar ao longo do tempo, a qual, se for grave, poderá levar a óbito. • Desenvolvimento de bronquite obliterante. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Monitorar os sinais vitais, incluindo a saturação de oxigênio. • Avaliar o esforço respiratório para detectar evidências de retrações ou dilatação das narinas. • Avaliar a ocorrência de tosse não produtiva, crepitação e chiados no peito. • Avaliar o nível de atividade e tolerância a exercícios do paciente. Intervenções • Elevar a cabeceira do leito. • Fornecer oxigênio, conforme prescrito. • Administrar broncodilatadores, conforme prescrito. • Administrar antibióticos se a pneumonite for de origem bacteriana ou viral. • Providenciar brincadeiras e atividades tranquilas. • Coordenar os cuidados de enfermagem para que os pacientes tenham um descanso adequado. • Preparar pacientes e familiares para os testes e procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Instrução ao paciente e à família • Ensinar aos pacientes e familiares estratégias para conservar a energia do paciente. • Instruir pacientes e familiares quanto ao uso de oxigênio ou outras medidas de suporte. • Informar a pacientes e familiares quais agentes de quimioterapia e bioterapia estão associados a um maior risco de toxicidade pulmonar. • Para pacientes que receberam bleomicina, o paciente e a família devem ser aconselhados a evitar ambientes com altas concentrações de oxigênio (mergulho autônomo, câmara hiperbárica, oxigênio suplementar com alta FiO 2 ) devido ao maior risco de barotrauma (pneumotórax, embolia gasosa, pneumomediastino) e de exacerbação da fibrose pulmonar (de Wit et al., 2007; Gray, 2010). A duração dessa precaução não está bem definida. Algumas evidências indicam que o risco diminui de 6–12 meses após o término da terapia com bleomicina (de Wit et al., 2007; Gray, 2010, 2014; van Hulst, Rietbroek, Gaastra e Schlösser, 2011). EDEMA PULMONAR (NÃO CARDIOGÊNICO) Definição Edema pulmonar é um acúmulo de fluidos nos alvéolos pulmonares, resultando em diminuição da troca de oxigênio e dióxido de carbono. O edema pulmonar também é conhecido como lesão pulmonar aguda. Trata-se de um edema alveolar, ao contrário do edema intersticial da síndrome do extravasamento capilar. Fisiopatologia Infecções ou traumas nos pulmões estimulam uma resposta inflamatória. As citocinas causam danos extensos ao epitélio alveolar e ao endotélio capilar. O dano a essas membranas resulta em aumento da permeabilidade, permitindo que um grande volume de líquidos e proteínas extravasem dos espaços
Capítulo 8. Toxicidade e Tratamento de Sintomas 229
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