• Ajudar os familiares a entenderem quando é necessário administrar mais fluidos, por exemplo, quando as temperaturas estão altas. • Garantir que a criança tenha acesso ilimitado a líquidos e a um banheiro durante o horário escolar. SÍNDROME DA SECREÇÃO INAPROPRIADA DE HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO Definição A síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) é o aumento na liberação de ADH na presença de concentrações normais de sódio no plasma, resultando em hiponatremia dilucional e desequilíbrios de fluidos e eletrólitos. Fisiopatologia O ADH atua nos túbulos renais distais e nos dutos coletores para aumentar a permeabilidade e a absorção de água. A produção excessiva de ADH resulta em retenção excessiva de líquidos, o que leva a hiponatremia dilucional, intoxicação por água e desequilíbrios eletrolíticos. Ele está associado a uma redução no débito urinário e aumento de peso sem edema, porque o líquido retido permanece na vasculatura, não nos tecidos. Sintomas Os sintomas clássicos da SIADH incluem retenção hídrica, ganho de peso sem edema e redução do débito urinário (ver Tabela 8.7). Os achados laboratoriais incluem sódio sérico diminuído, osmolaridade sérica diminuída e aumento da gravidade específica da urina. Os pacientes também podem experimentar alterações do estado mental e diminuição dos reflexos de tendões profundos. Esses sintomas costumam ocorrer poucas horas após o início da terapia. A gravidade dos sintomas da SIADH pode ser classificada com os Critérios Comuns de Terminologia para Eventos Adversos – CTCAE (ver Apêndice F) ou conforme o protocolo de tratamento específico. Fatores de risco • Tumores no SNC, linfoma de Hodgkin, linfoma não-Hodgkin ou carcinoma GI. • Regimes de tratamento que incluam vincristina, vimblastina, ciclofosfamida, ifosfamida, cisplatina e melfalano. • Infecção do SNC, AVC ou certos medicamentos (p. ex., carbamazepina, opioides, barbitúricos, agentes de anestesia geral). • Superidratação com soluções hipotônicas, como dextrose a 5% em água (D5W) ou dextrose a 5% em soro fisiológico a 0,2% (D5 0,2NS). Tratamento médico Corrigir a causa subjacente dessa síndrome é o objetivo principal do tratamento médico. Além disso, restringir fluidos, administrar diuréticos e controlar habilmente a hidratação é fundamental para os cuidados do paciente. Fluidos IV hipertônicos podem ser administrados para aumentar a concentração plasmática de sódio e devolver os fluidos aos compartimentos vasculares. Possíveis complicações • Hiponatremia. • Ataques epilépticos. • Edema cerebral. • Desidratação.
• Ferimentos, se o paciente experimentar alterações do estado mental ou diminuição dos reflexos de tendões profundos. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Avaliar com precisão o balanço hídrico do paciente e o peso diariamente (ou duas vezes ao dia). • Monitorar a gravidade específica da urina e os eletrólitos séricos. • Monitorar os sinais vitais e verificar a ocorrência de hipertensão. • Avaliar sinais de retenção de fluidos. • Avaliar alterações neurológicas. Intervenções • Limitar a administração de fluídos (oral e IV). • Se a restrição de fluidos for contraindicada (p. ex., se o paciente precisar de hidratação IV após quimioterapia), diuréticos podem ser indicados. Instrução ao paciente e à família • Ensinar pacientes e familiares sobre os sinais e sintomas de SIADH. • Orientar pacientes e familiares sobre os sintomas a serem relatados. HIPOGONADISMO, INSUFICIÊNCIA OVARIANA PRIMÁRIA E INFERTILIDADE Definições O hipogonadismo é a deficiência ou ausência da função gonadal. O hipogonadismo masculino resulta em produção insuficiente de testosterona. O hipogonadismo feminino se manifesta como disfunção ovariana. Falência ovariana aguda é a perda imediata da função ovariana após quimioterapia ou radioterapia. Isso pode ser temporário. No entanto, doses mais altas de agentes alquilantes ou terapias com Platinol (cisplatina) podem causar disfunção ovariana permanente. Insuficiência ovariana primária é a depleção ou disfunção dos folículos ovarianos com interrupção da menstruação antes dos 40 anos de idade. Não há consenso sobre os critérios para identificar a insuficiência ovariana primária em adolescentes, e o atraso no diagnóstico é comum (American College of Obstetricians and Gynecologists, 2014). Infertilidade é a incapacidade de estabelecer uma gravidez clínica após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e desprotegidas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016a). Sintomas Perda da função sexual, bloqueio da puberdade, amenorreia primária ou secundária e padrões anormais de sangramento podem indicar perda da função gonadal. Fatores de risco • Tratamento quimioterápico que inclua agentes alquilantes e metais pesados. • Radioterapia no SNC, pelve ou testículos; ou irradiação corporal total. Tratamento médico • Monitorar o estadiamento de Tanner. • Identificar desenvolvimento puberal ausente ou precoce.
224 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição
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