PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

corpo. Normalmente, quando a hipófise secreta ADH, os rins respondem reabsorvendo mais água livre e excretando menos. Níveis reduzidos de ADH resultam em perda excessiva de água pelos rins. O diabetes insipidus pode ser de origem neurogênica ou nefrogênica. O diabetes insipidus neurogênico (também conhecido como central) ocorre quando a hipófise posterior diminui ou deixa de produzir a vasopressina. No diabetes insipidus nefrogênico, a hipófise secreta quantidades normais de vasopressina, mas os rins não captam a mensagem e continuam excretando água livre. O diabetes insipidus neurogênico e nefrogênico causam excreção de líquidos em excesso pelos rins, o que por sua vez causa um aumento na osmolaridade sérica. O desequilíbrio na osmolaridade sérica faz com que a água do compartimento intracelular passe para o compartimento extracelular, levando à desidratação. Sintomas Aumento da micção, aumento da sede e incapacidade de concentrar urina são sintomas característicos do diabetes insipidus ( Tabela 8.7 ). A urina é muito diluída e de cor pálida ou clara. Os testes laboratoriais demonstram hipernatremia, aumento da osmolaridade sérica e diminuição da osmolaridade urinária. Se o paciente não conseguir recuperar os líquidos perdidos, sinais de desidratação acabam se desenvolvendo, como pele e mucosas secas. Esses sintomas geralmente ocorrem incipientemente ao longo do tempo e podem evoluir para choque se não forem revertidos (Bichet, 2015). A gravidade dos sintomas da diabetes insipidus pode ser classificada com os Critérios Comuns de Terminologia para Eventos Adversos – CTCAE (ver Apêndice F) ou conforme o protocolo de tratamento específico. Fatores de risco Os fatores de risco para diabetes insipidus neurogênico incluem: • Certas neoplasias, como leucemia do SNC, linfoma, meningioma, germinoma, tumor da hipófise, tumor hipotalâmico, tumor da pineal e craniofaringioma no terceiro ventrículo. • Histiocitose de células de Langerhans com envolvimento dos ossos mastoide, esfenoide, orbital, clivo ou temporal, ou da hipófise posterior (Allen, Ladisch, e McClain, 2015). • Radioterapia envolvendo a área hipotálamo-hipofisária. • Neurocirurgia. • Lesão cerebral traumática. Os fatores de risco para diabetes insipidus nefrogênico incluem: • Regimes de tratamento com cisplatina, ifosfamida ou vimblastina. • Temozolomida em casos raros. • Hipocalemia severa. • Medicamentos como aminoglicosídeos, anfotericina, cidofovir e foscarnet. Tratamento médico Um teste de privação de água é realizado para confirmar o diagnóstico. O tratamento médico depende se a causa é neurogênica (central) ou nefrogênica. O controle do diabetes insipidus neurogênico inclui hidratação adequada, monitoramento cuidadoso dos fluidos e administração de desmopressina (DDAVP). A correção da causa subjacente também é importante, mas nem sempre possível.

Tratamento médico O tratamento médico visa manter os níveis normais de insulina e glicose no sangue e minimizar as complicações agudas e de longo prazo desse desequilíbrio hormonal. O tratamento geralmente consiste em modificações na dieta para controlar a hiperglicemia, em conjunto com medicamentos para hiperglicemia oral ou terapia com insulina. Um encaminhamento ao endocrinologista deve ser feito para garantir que a hiperglicemia induzida por medicamentos seja adequadamente controlada. A dependência permanente de insulina não é comum, pois os níveis de insulina e glicose do paciente costumam se normalizar após a descontinuação dos agentes causadores. É importante que o paciente seja monitorado de perto, principalmente quando os medicamentos estão sendo descontinuados, devido ao risco de choque insulínico. Possíveis complicações • Hiperglicemia. • Cetoacidose (extremamente rara). • Conversão para diabetes tipo 2 com o tempo. • Choque insulínico. Avaliações e intervenções de enfermagem Avaliações • Monitorar os pacientes quanto a sinais e sintomas de hiperglicemia, incluindo polidipsia, poliúria e cetonúria. • Pacientes com hiperglicemia grave podem apresentar estado mental alterado, hálito com odor frutado, náusea e respiração anormal. • Monitorar os níveis de glicose no sangue. • Avaliar a ingestão de carboidratos. Intervenções • Garantir uma hidratação adequada do paciente. • Dextrose pode ser retirada dos fluidos intravenosos. • Administrar insulina ou agentes orais, conforme necessário. Instrução ao paciente e à família • Ensinar os pacientes e familiares sobre os sinais e sintomas de hiperglicemia. • Se for necessário administrar insulinoterapia, ensinar aos pacientes e familiares as habilidades e conhecimentos necessários para monitorar a glicemia e administrar injeções subcutâneas. • Orientar pacientes e familiares sobre os sintomas a serem relatados ao profissional de saúde, incluindo o monitoramento da glicemia. • Ensinar pacientes e familiares sobre a importância de manter históricos de dieta e administração de insulina. • Ensinar modificações no estilo de vida, com exercícios regulares e dieta saudável para prevenção da obesidade no longo prazo. DIABETES INSIPIDUS Definição O diabetes insipidus é uma deficiência do hormônio antidiurético (ADH na sigla em inglês, também conhecido como vasopressina). Fisiopatologia A reabsorção de água pelos rins é regulada pelo ADH, que é secretado pela hipófise em resposta ao estado de hidratação do

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