PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

crescimento hematopoiético e vacinas terapêuticas. A Figura 2.2 mostra alguns dos marcos na história da bioterapia. Transplante de células-tronco hematopoiéticas Nos últimos 40 anos, o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) surgiu como opção de tratamento, com o objetivo de aumentar a quantidade e a qualidade de vida de pacientes com malignidades hematopoiéticas (leucemias), alguns transtornos hematológicos crônicos (p. ex., anemia falciforme) e síndromes de insuficiência medular (p. ex., anema aplásica), e também para transtornos metabólicos ou imunológicos potencialmente fatais que podem ser corrigidos pela substituição de células-tronco hematopoiéticas (de la Morena e Gatti, 2011). O primeiro transplante alogênico de medula foi realizado em 1957. Os resultados foram péssimos até a década de 1960, quando a tipagem de tecido de doadores e receptores foi possibilitada pelo desenvolvimento de métodos para fazer a identificação e correspondência de antígenos leucocitários humanos (HLAs). O primeiro transplante de medula óssea em uma criança foi realizado em 1968, quando uma criança com deficiência imunológica combinada grave recebeu a medula de um irmão. Na década de 1970, foram publicados diversos estudos relatando o uso bem-sucedido de transplante de medula óssea para tratar leucemia linfoblástica aguda em crianças que haviam tido recaída da doença. As décadas de 1980 e 1990 trouxeram um rápido aumento no número de transplantes de medula óssea realizados, devido a uma maior disponibilidade de medicamentos antirrejeição e melhorias nas técnicas de cuidados de apoio. Técnicas de esgotamento de células T foram introduzidas para a prevenção de doença do enxerto contra hospedeiro (GVHD), e registros nacionais e internacionais de

• A tecnologia dos hibridomas, desenvolvida na década de 1970, permitiu a produção de grandes quantidades de anticorpos monoclonais muito puros, preparando o cenário para que o projétil mágico do Dr. Ehrlich se tornasse realidade. • A tecnologia de DNA recombinante permitiu a produção de grandes quantidades de proteínas altamente purificadas, colocando genes humanos dentro de bactérias ou células de levedura. Os modificadores de resposta biológica foram reconhecidos pela primeira vez como dotados de atividade antineoplásica na década de 1980. O primeiro agente de imunoterapia a obter aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) foi o alfa-interferon, em 1986. A terapia direcionada na forma de inibidores de tirosina quinase (TKIs) seletivos foi um avanço terapêutico no início da década de 2000, e começou a transformar a gestão de diversos tipos de câncer. A FDA aprovou o TKI imatinibe (comercializado como Gleevec) em 2001. O imatinibe ficou conhecido como o projétil mágico, pois transformou a leucemia mieloide crônica (LMC) de uma doença frequentemente fatal em uma condição crônica controlável (Iqbal e Iqbal, 2014). Desde a aprovação do imatinibe, mais de 20 novos inibidores de proteína quinase foram desenvolvidos para uso em adultos; atualmente, muitos desses agentes estão em estudos clínicos para uso em pacientes pediátricos (Adamson et al., 2016). A descoberta e o desenvolvimento de possíveis novos agentes biológicos aumentaram exponencialmente desde o início do século 21. Avanços em pesquisa levaram ao desenvolvimento de diversos agentes biológicos, incluindo anticorpos monoclonais, interleucinas, interferons, fatores de

Figura 2.2. Marcos da história da bioterapia

Desenvolvimento de medicamentos

2015: FDA aprova a primeira imunoterapia específica para um câncer pediátrico (dinutuximabe)

2004: FDA aprova primeiro inibidor da angiogênese (bevacizumabe)

2001: FDA aprova o primeiro inibidor de tirosina quinase (imatinibe)

2014: tecnologia BiTE (blinatumomabe) é aprovada

1997: FDA aprova o primeiro anticorpo monoclonal (rituximabe) para o tratamento de cânceres de células B

2003: FDA aprova imatinibe para o

tratamento de crianças com leucemia mieloide crônica

1992: FDA aprova a interleucina-2

1986: U.S. Food and Drug Administration (FDA) aprova o primeiro agente de imunoterapia para o câncer, alfa-interferon

Década de 2010: desenvolvimento da terapia com células T com receptor de antígeno quimérico (CAR)

Década de 1890: introdução das toxinas de Coley

Década de 1970: desenvolvimento da tecnologia dos hibridomas

Anos 2000: desenvolvimento da tecnologia dos conjugados anticorpo-medicamento (CAM)

Década de 1950: proposta do conceito

1910: Paul Ehrlich propõe o conceito de “projétil mágico”

de vigilância imunológica

Desenvolvimento de conceitos

6 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

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