PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

Possíveis complicações do extravasamento • Infecção • Bolhas

• Monitorar a eficácia do regime antiemético. • Relatar e registrar eventos de diarreia, náusea e o número de episódios de vômito (incluindo hematêmese) para cada período de 24 horas. POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS E COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À INFUSÃO Todo medicamento tem um perfil de efeitos colaterais específico. O enfermeiro que administra quimioterapia e bioterapia deve ter ciência dos possíveis efeitos colaterais para cada medicamento a ser administrado, especialmente os efeitos colaterais que podem ocorrer durante a infusão do medicamento e os efeitos colaterais que exigem atenção imediata. Consulte o plano de tratamento ou protocolo, que costuma incluir recomendações específicas de monitoramento. Outras referências são o formulário do medicamento, políticas institucionais, livros didáticos, referências de quimioterapia computadorizadas e dois capítulos deste livro: Capítulo 4, “Quimioterapia: Princípios e Agentes”, e Capítulo 8, “Toxicidade e Tratamento de Sintomas”. Entre os efeitos colaterais que podem ocorrer durante a administração de quimioterapia e bioterapia e exigem atenção imediata do enfermeiro estão extravasamento, reações anafiláticas, reações de hipersensibilidade e síndrome da liberação de citocinas. Extravasamento e irritação Vesicantes são uma classe de medicamentos que podem causar danos a tecidos quando extravasados do caminho vascular pretendido para os tecidos adjacentes. Alguns vesicantes são capazes de causar necrose de tecido. Há dois tipos de agentes vesicantes: agentes com ligação de DNA e agentes sem ligação de DNA. Agentes com ligação de DNA são aqueles que, se extravasados, podem causar danos ao se espalharem pelo tecido, levando à morte de células. Entre os exemplos de agentes com ligação de DNA estão doxorrubicina, daunorrubicina, idarrubicina, dactinomicina, mecloretamina e mitomicina. Agentes sem ligação de DNA causam menos danos aos tecidos do que agentes com ligação de DNA, pois, ao se infiltrarem no tecido, eles são neutralizados, desmontados pelo tecido e mais facilmente metabolizados do que agentes com ligação de DNA. Entre os exemplos estão vincristina, vimblastina e paclitaxel (Gorski, Hadaway, Hagle, McGoldrick, Meyer, et al., 2016). Definições (Tabela 7.4) • Extravasamento: é a administração inadvertida de um vesicante nos tecidos adjacentes, podendo causar dor, ardência, inflamação, necrose, descamação ou ulceração do tecido. • Vesicante: um agente que causa vermelhidão, dor e bolhas quando infiltrado, podendo progredir para ulceração e necrose do tecido. • Não vesicante: uma medicação que não é capaz de causar danos aos tecidos caso se infiltre em tecidos fora da vasculatura. • Irritante: uma substância que, ao contato imediato, prolongado ou repetido com tecido vivo normal, induzirá uma reação local inflamatória ou de irritação. • Reação alérgica local: vermelhidão ou eritema, prurido e urticária que ocorrem no local ou adjacentes ao local da administração IV (ocorre apenas com administração PIV) (Polovich, Olsen e LeFebvre, 2014). Se o local IV permanecer avermelhado, pode ser necessário fazer um pedido de hidrocortisona para resolver a reação. Para administrações futuras do mesmo agente, pode ser necessário reduzir a taxa de infusão, além de pré-medicação com anti-histamínicos e esteroides.

• Descamação da pele (até 2 semanas após o extravasamento) • Necrose do tecido (2–3 semanas após o extravasamento)

• Dano a tendões, articulações e nervos – Cicatriz ou desfiguração permanente – Problemas funcionais e sensoriais – Perda do membro

Sinais e sintomas de extravasamento (Tabela 7.4) • Vermelhidão ou eritema no local de inserção do cateter • Inchaço em torno do local de inserção do cateter • Excesso de fluido vazando do local de inserção • Ausência de retorno sanguíneo • Local frio ao toque • Palidez da pele • Ardência, comichão, desconforto ou dor em torno do local de inserção do cateter • Ulceração Intervenções imediatas • Interromper a infusão e seguir as etapas do mnemônico SLAPP ( Figura 7.11 ). • Aplicar uma compressa morna ou fria conforme indicado ( Tabela 7.5 ): – Uma compressa fria é indicada para fluidos ou medicamentos hiperosmolares (acima de 350 mOsm por litro), como daunorrubicina. – Compressas mornas são indicadas para fluidos ou medicamentos isotônicos ou hipotônicos, como vincristina. • Administrar tratamento ou antídoto conforme ordenado (Tabela 7.5). Documentação no prontuário do paciente • Data e hora do extravasamento • Tipo de linha IV (PIV ou CVC) • Tamanho da agulha e do cateter • Local de inserção • Retorno sanguíneo rápido (presente ou ausente) • Tipo de agente extravasado • Quantidade aproximada de medicação extravasada (p. ex., unidades ou percentual de extravasamento) • Aparência do local • Ações da enfermagem para tratar do extravasamento • Horário em que o prestador de serviços foi notificado • Instrução ao paciente • Imagem, caso necessário (obter consentimento para tirar uma foto) • Consulta com cirurgia ou plástica pediátrica, caso aplicável • Ação de acompanhamento • Relatório de incidente ou evento de segurança de acordo com diretrizes institucionais Reações agudas à infusão do medicamento Entre as reações que podem ocorrer durante infusões estão reações alérgicas, reações anafiláticas, reações de hipersensibilidade e síndrome da liberação de citocinas.

186 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

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