PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

Os seguintes itens precisam estar disponíveis para administrar quimioterapia ou bioterapia com segurança: • Área designada para instalar e preparar a administração • Equipamento de proteção individual (EPI) • Equipo IV com conector de trava Luer • Dispositivo de transferência de sistema fechado • Bomba de infusão (se aplicável) • Agente quimioterapêutico ou bioterapêutico – Verificar o nome do medicamento, a dose e a data de validade no rótulo – Inspecionar se há descoloração e matéria particulada – Cobrir medicamentos sensíveis à luz • Medicações de cuidados de apoio – antieméticos – medicações de resgate (p. ex., mesna, leucovorina) • equipamento de monitoramento (p. ex., estetoscópio, esfigmomanômetro, monitor cardiorrespiratório, teste de ponto de cuidado da urina) • medicamentos e equipamentos de emergência • kit de derramamento quimioterapêutico • equipamento de descarte quimioterapêutico (p. ex., caixa de agulha, sacolas plásticas, recipiente de resíduos perigosos) Além de garantir a disponibilidade dos itens listados acima, as seguintes ações são necessárias: • Administrar dose de teste ou medicações e hidratação pré- terapia conforme prescrito. • Ter ciência das diretrizes da Occupational Safety and Health Administration (OSHA), do National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) e da Farmacopeia dos EUA Capítulo geral <800> Hazardous Drugs—Handling in Healthcare Settings (USP <800>, 2016), além de políticas e diretrizes institucionais • Não levar agentes quimioterapêuticos ou bioterapêuticos diferentes administrados por vias diferentes (p. ex., IV, intratecal [IT]) ao paciente ao mesmo tempo • Tornar prontamente disponíveis suprimentos para o conforto do paciente (p. ex., lenços de papel, bacias reniformes, água ou outra bebida) • Fornecer instrução ao paciente e à família (ver seção “Avaliação e instrução à família” ao fim deste capítulo) • Trabalhar em parceria com os cuidadores em questões de administração segura da medicação A etapa final do processo de dupla verificação por dois profissionais de saúde qualificados precisa incluir uma confirmação de que tudo está “correto” para a administração do medicamento (paciente correto, medicamento correto, dose correta, via correta, hora correta, fluido/volume correto, ação correta, resposta correta, documentação correta e compatibilidade correta). A leitura de código de barras de medicações para fazer a correspondência entre pacientes e suas medicações foi determinada como um dos mecanismos mais importantes para reduzir erros de medicação (Mueller e Billett, 2016). VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE QUIMIOTERAPIA E BIOTERAPIA Quimioterapia e bioterapia são administradas por diversas vias: oral, subcutânea, intramuscular (IM), IT, intra-arterial, IV, enteral e intraperitoneal. Há considerações especiais aplicadas a cada método.

Quimioterapia e bioterapia orais O uso de quimioterapia e bioterapia orais (ou seja, pela boca [ per os, PO], sonda nasogástrica [NG], ou sonda de gastrostomia [sonda G]), e o desenvolvimento de novos agentes orais aumentaram exponencialmente, levando a novas opções de tratamento. A expansão das opções aumenta o risco de erros de medicação, pois os cuidados com o câncer já estão sendo prestados em casa, em vez de no hospital. Essa mudança do local onde os cuidados são prestados põe a responsabilidade pela complexa tarefa de administração de medicação totalmente sobre os ombros dos cuidadores ou dos pacientes. Regimes orais de tratamento do câncer costumam envolver cronogramas complexos e doses variadas (Neuss et al., 2013; Walsh, Ryan, Daraiseh, Pai, 2016). Avaliar a adesão à medicação e a compreensão do paciente e da família a respeito do plano de medicação domiciliar de quimioterapia ou bioterapia é de máxima importância. Em um estudo, Bhatia e colegas (2012) descobriram que 25% das crianças com leucemia tomavam menos de 75% de suas doses orais prescritas de mercaptopurina. Além do risco associado à administração domiciliar de agentes quimioterapêuticos e bioterapêuticos, as crianças correm risco de erros de medicação porque os agentes, que são usados principalmente para tratar cânceres em adultos, nem sempre estão disponíveis em formulações adequadas a pacientes pediátricos (Ceja et al., 2013). Agentes orais de quimioterapia e bioterapia que estão disponíveis apenas em formato de comprimido ou cápsula podem representar um problema se a criança não for capaz de engolir cápsulas ou comprimidos. Triturar ou cortar comprimidos pra obter a dose pediátrica correta pode levar a uma dosagem imprecisa, o que leva a uma redução na eficácia ou ao risco de efeitos colaterais indevidos (Ceja et al., 2013). Isso também coloca os cuidadores em risco de exposição a medicamentos perigosos. A avaliação da capacidade de um paciente de engolir comprimidos e formulações líquidas é crucial antes da prescrição de medicações orais. Em alguns casos, esse pode ser um critério para participar de um ensaio clínico. Por fim, a mesma política ou procedimento para prescrição, verificação e aviamento de agentes parenterais precisa ser implementada para agentes orais quimioterapêuticos e bioterapêuticos. Considerações sobre administração de medicação oral • Uma abordagem interdisciplinar à administração de medicação oral pode ser útil para pacientes e famílias. • É importante ter ciência do efeito de alimentos e líquidos sobre a administração de determinados agentes quimioterapêuticos e bioterapêuticos orais (p. ex., a toranja pode interferir na absorção de imatinibe, crizotinibe, nilotinibe e outros). • Alguns pacientes podem não tolerar a administração de medicações quimioterapêuticas e bioterapêuticas orais, e pode ser necessário um método de administração alternativo (p. ex., sonda NG, sonda G). – Os cuidadores precisarão de formação especializada para o uso de sondas de alimentação. – Para pacientes que estejam com dificuldades de tolerar o medicamento por não serem capazes de engolir o comprimido ou não gostarem do sabor, um farmacêutico de composição pode ser capaz de criar uma suspensão líquida ou adicionar aromatizantes que tornem a medicação mais palatável.

170 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

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