PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

garantir que a equipe de saúde tenha o conhecimento e as habilidades necessários para cuidados dessa complexidade, os ambientes de saúde precisam ter processos formais estabelecidos para fornecer instrução inicial e contínua. Além da instrução abrangente, cada disciplina de saúde precisa estabelecer competências específicas à profissão para manter as habilidades em nível de proficiência para a prática. É essencial que cada instituição de saúde tenha um processo de avaliação estabelecido para avaliar o conhecimento e a competência dos enfermeiros em relação à administração de quimioterapia e bioterapia e ao manejo seguro de todos os agentes usados no local da prática (consulte o Apêndice A para ver exemplos de checklists de competências de administração de quimioterapia). Processos adicionais de avaliação de competências precisam ser instituídos para o enfermeiro de prática avançada que prescreve quimioterapia e bioterapia (Belderson e Billett, 2017; Echtenkamp e McMath, 2011; Neuss et al., 2016). Considerações de pré-administração Antes da administração de quimioterapia ou bioterapia, uma avaliação minuciosa precisa ocorrer para garantir que o paciente esteja pronto. Essa avaliação inclui uma avaliação fisiológica e processos de segurança e verificação, incluindo revisão do plano de tratamento e dupla verificação de prescrições. AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA Antes de iniciar cada curso de quimioterapia ou bioterapia, a equipe de saúde, incluindo os enfermeiros envolvidos na administração e monitoramento, deve realizar uma minuciosa avaliação histórica e física do paciente. A Oncology Nursing Society e a American Society of Clinical Oncology (ASCO) recomendam a inclusão dos seguintes elementos na avaliação pré-administração (Menonna-Quinn, 2015; Neuss et al., 2013): Histórico abrangente do paciente • Histórico médico passado • Verificação de diagnóstico inicial • Estágio inicial do câncer • Status atual da doença • Avaliação da compreensão do paciente ou do cuidador em relação à doença, tratamento e efeitos colaterais • Avaliação psicossocial • Quimioterapia, cirurgias e radiação anteriores Atual histórico de saúde • Doenças prévias, efeitos colaterais e tratamento • Questões psicossociais • Estrutura familiar e cuidadores • Questões de acomodação, transporte e seguro • Prática espiritual e cultural que possa influenciar o tratamento • Reconciliação de medicamentos – Prescrições atuais e medicamentos de venda livre – Medicina complementar e alternativa – Interações medicamentosas (Kramlich, 2014) • Alergias (medicamentos, alimentos, produtos [p. ex., látex]) e histórico de reações de hipersensibilidade, incluindo todas as reações retardadas que podem ter ocorrido desde a quimioterapia anterior • Status de imunização • Risco de queda

Experiências com quimioterapia e bioterapia • Plano de tratamento atual – Objetivos da terapia (curativa ou paliativa) – Medicações antineoplásicas e de cuidados de apoio, doses, cronograma e duração do tratamento – Efeitos colaterais previstos – Planos de visitas de acompanhamento com o prestador de serviços ou apenas para exames laboratoriais • Administração de medicações de cuidados de apoio adequadas • Avaliação de fatores de risco associados à terapia • Avaliação da adesão e toxicidade à quimioterapia ou bioterapia administrada no ambiente de home care (se aplicável) • Gerenciamento de efeitos colaterais do tratamento (consulte o Capítulo 8, “Toxicidade e Tratamento de Sintomas”, para ver uma análise aprofundada dos possíveis efeitos colaterais) – Avaliar toxicidades associadas a tratamentos anteriores, conforme aplicável. – Avaliar a eficácia de cuidados de apoio no gerenciamento de efeitos colaterais anteriores. Avaliação física • Altura e peso – Medir a altura em centímetros e o peso em quilogramas (ISMP, 2016). As balanças devem ser configuradas apenas para medição no sistema métrico. – Obter altura e peso apenas em unidades métricas; documentar no registro médico. – Não usar um peso estimado ou um valor medido em visita anterior. • Cálculo da ASC ( Figura 7.1 ) • Sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão sanguínea) • Saturação de oxigênio, conforme necessário • Avaliação de dor, usando escalas de dor adequadas à idade • Avaliação de função específica ao órgão para o tratamento planejado • Exame de gravidez (se aplicável)

• Situação nutricional • Ingestão e eliminação Valores laboratoriais

• Antes do início do regime de quimioterapia, analisar os resultados dos exames laboratoriais necessários (p. ex.,

contagem absoluta de neutrófilos [ANC], plaquetas, eletrólitos e teste de gravidez) e os estudos diagnósticos solicitados (p. ex., ecocardiograma e audiograma) que serão usados para orientar a terapia.

Figura 7.1. Fórmula de Mosteller para cálculo da área de superfície corporal (ASC)

De “Simplified Calculation of Body-Surface Area”, R. D. Mosteller, 1987, New England Journal of Medicine, 317 (17), p. 1098, doi:10.1056/ NEJM198710223171717

164 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

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