PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

Capítulo 7.

Administra ÇÃ o de Quimioterapia e Bioterapia

Colleen Nixon, MSN RN CPHON ®

Mary Lynn Rae, MSN RN CPHON ®

A administração segura de quimioterapia e bioterapia, assim como ocorre com todos os medicamentos, é uma parte inerente dos bons cuidados com o paciente. A terapia para o câncer envolve medicamentos que são considerados pelo Institute for Safe Medication Practices (ISMP) como “medicações de alerta alto”, o que significa que, se ocorrer qualquer erro de administração, mesmo quando os medicamentos são usados da maneira pretendida, há maior risco de causar mal ao paciente (ISMP, 2014). Agentes quimioterapêuticos e bioterapêuticos têm uma faixa de dose terapêutica estreita. Existe apenas uma pequena diferença entre a dose que é eficaz contra o câncer e a dose que é alta o bastante para gerar efeitos colaterais devastadores ou a dose baixa o bastante para comprometer a eficácia (Mueller e Billett, 2016). Quando o índice terapêutico é estreito, a prevenção de erros de dosagem não intencionais é crucial. A revolucionária publicação de 1999 do Institute of Medicine To Err Is Human: Building a Safer Health System, chamou atenção para o problema dos erros médicos que afetam o sistema de saúde. Esse relatório estimou que até 98.000 pessoas morrem todos os anos devido a erros hospitalares (Kohn, Corrigan e Donaldson, 2000). O Journal of Patient Safety publicou um estudo em 2013 relatando que entre 210.000 e 440.000 pacientes que vão ao hospital sofrem algum tipo de mal evitável que contribui para sua morte. Fatores como má comunicação, trabalho em equipe ineficaz, fadiga, estresse, problemas com números de funcionários e tecnologia podem levar a erros. Identificar estratégias de prevenção de erros pode reduzir o potencial de males causados ao paciente. Essas estratégias incluem estabelecer processos claros para todos os aspectos da terapia com o medicamento, usando técnicas de entrega e comunicação estruturadas, como SBAR (sigla em inglês para situação, histórico, avaliação, recomendação), e garantindo o compromisso de indivíduos e organizações com o uso de práticas seguras ( James, 2013; Mueller e Billett, 2016). Médicos, enfermeiros e farmacêuticos compartilham a responsabilidade por garantir a segurança do paciente, aderindo a técnicas de prevenção de erros ao longo de todo o processo de administração de quimioterapia ou bioterapia. Enfermeiros de oncologia pediátrica têm uma responsabilidade essencial na avaliação pré-tratamento do paciente, administração de

quimioterapia ou bioterapia, prestação de cuidados de apoio e monitoramento pós-administração. A complexidade da administração da quimioterapia e da bioterapia e o risco de efeitos adversos tornam crucial traçar um processo para a administração segura e eficaz desses agentes. Ter políticas multidisciplinares para quimioterapia e bioterapia com processos de revisão programados e formalizados é uma das abordagens para garantir que o processo de medicação para todas as disciplinas seja consistente (Mueller e Billett, 2016). O escopo de prática para enfermeiros de oncologia pediátrica em administração de quimioterapia e bioterapia mudou drasticamente ao longo da última década. Entre os fatores que contribuíram para essa mudança estão maior complexidade dos regimes de tratamento; tratamento prolongado de pacientes por um período que vai de meses até anos; sistemas de saúde complexos; e avanços nos agentes de quimioterapia, bioterapia e nos cuidados de apoio (Mueller e Billett, 2016). Pacientes pediátricos em geral, mas especialmente pacientes pediátricos em terapia para o câncer, correm risco de eventos adversos por vários motivos. Crianças têm diferenças fisiológicas, afetadas por seu crescimento e desenvolvimento, que podem influenciar a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção do medicamento (Adamson, Blaney, Bagatell, Skolnik e Balis, 2016). Devido à ampla faixa etária e pesos corporais de crianças, são necessários diversos cálculos com base em idade, peso ou área de superfície corporal (ASC) para individualizar as doses. A dose de uma medicação específica para um adolescente pode ser 10 vezes maior que a dose do mesmo medicamento para um bebê. Essa variabilidade pode contribuir para imprecisões na medição da dose (Grissinger, 2015). Tratamentos de quimioterapia e bioterapia são administrados em uma variedade de ambientes, incluindo unidades hospitalares de internação, clínicas e centros de infusão sem internação, consultórios médicos e lares dos pacientes. Em cada um desses ambientes, os enfermeiros precisam ter conhecimento de regimes de tratamento do câncer e agentes quimioterapêuticos e bioterapêuticos. Eles precisam estar familiarizados com indicações de cada agente, dosagem segura, via de administração, efeitos colaterais e técnicas adequadas de administração e manejo para maximizar a segurança. Para

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