do avental, e o punho da luva externa deve cobrir o punho do avental (luvas de quimioterapia com punho curto não funcionarão para atender a esse requisito) (NIOSH, 2004; Polovich et al., 2014; USP <800>, 2016). Os testes de permeabilidade demonstraram que as luvas devem ser descartadas após 30 minutos de uso e devem ser removidas imediatamente se ficarem contaminadas, rasgadas ou perfuradas. Deve-se realizar a higiene das mãos com água e sabão antes da colocação e após a remoção das luvas. O uso de gel à base de álcool não é recomendado e pode causar comprometimento prematuro das luvas (USP <800>, 2016). • Os aventais devem ser descartáveis e feitos de tecido de polipropileno revestido com polietileno, sem fiapos e com baixa permeabilidade, ou outros materiais laminados (Connor et al., 2010; Mansur, 2016; USP <800>, 2016). A frente deve ser sólida e as mangas devem ser longas e com punhos. Os aventais devem fechar nas costas. Os aventais devem ser trocados de acordo com as diretrizes do fabricante para permeação. Se não houver diretrizes disponíveis, os aventais devem ser trocados a cada 2–3 horas ou imediatamente após um derramamento ou respingo. Os aventais usados nas áreas de manuseio de MPs devem ser removidos antes de sair da área de MPs para evitar a contaminação de outras áreas e a exposição de outros profissionais de saúde (USP <800>, 2016). Os aventais são de uso único e não devem ser reutilizados (NIOSH, 2004). • Proteção facial. Muitos MPs são irritantes para os olhos e membranas mucosas e deve-se usar proteção adequada para os olhos e o rosto sempre que houver possibilidade de respingos ou exposição dos olhos (p. ex., durante uma cirurgia ao trabalhar acima do nível dos olhos ou limpar derramamentos) (Eisenberg, 2017). Uma proteção para a face inteira oferece proteção para o rosto e os olhos. Deve-se usar óculos de proteção quando a proteção dos olhos for necessária. Óculos comuns não protegem os olhos contra respingos (USP <800>, 2016). A retenção de um paciente para uma punção lombar, durante a qual agentes quimioterápicos intratecais serão administrados, envolve risco de exposição ocular, portanto a proteção ocular é essencial nessa situação. • A proteção respiratória não é recomendada durante a administração rotineira de MPs (USP <800>, 2016). No entanto, é necessário um respirador purificador de ar motorizado (RPAM) ou um respirador com cartucho químico para a face inteira para limpar derramamentos maiores de MPs que não podem ser contidos em um kit de derramamento ou para manusear medicamentos com potencial de produzir vapores (Eisenberg, 2017). Uma máscara cirúrgica não protege contra aerossóis ou vapores (Polovich, 2016). Um respirador N95 aprovado pelo NIOSH e submetido a teste de vedação pode ser usado como barreira para partículas transportadas pelo ar, mas não para gases ou vapores. Poucas pesquisas foram feitas sobre a evaporação de MPs porque os estudos são de difícil realização. Os agentes identificados com potencial de causar evaporação incluem os seguintes (Connor, Shults e Fraser, 2000; Eisenberg, 2017;
– Mostarda nitrogenada (Mustargen) – Tiotepa (Thioplex) DIRETRIZES DE ROTULAGEM E ARMAZENAMENTO Os agentes de quimioterapia devem ser armazenados em conformidade com os regulamentos de segurança institucionais e nas temperaturas apropriadas. Devem ser disponibilizadas fichas de dados de segurança (FDS) para todos os medicamentos citotóxicos a fim de fornecer instruções de cuidados em caso de exposição acidental. Os medicamentos devem ser rotulados claramente quanto ao conteúdo e à natureza perigosa. Os recipientes devem ser verificados para conferir se estão intactos antes de serem removidos do armazenamento. Sacos plásticos seláveis devem ser usados para transportar medicamentos até o local de administração ou até a farmácia para descarte. Tubos pneumáticos não devem ser usados para transportar nenhum MP líquido ou antineoplásico (USP <800>, 2016). As áreas que contêm material quimioterapêutico devem ter travas e outros dispositivos para torná-las inacessíveis às crianças. DIRETRIZES DE PREPARAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Manuseio seguro em quimioterapia • Prepare MPs em um CPE que proteja o medicamento contra contaminação e proteja o ambiente contra contaminação por MP (Polovich et al., 2014; USP <800>, 2016). • Assegure que um kit de derramamento esteja disponível e saiba como limpar um derramamento (consulte a seção “Gestão de derramamentos”). • Mantenha a técnica asséptica durante toda a preparação de medicamentos parenterais. • Lave as mãos com água e sabão após o manuseio de medicamentos, antes de vestir o EPI apropriado e depois de retirá-lo. • Use o EPI apropriado (Tabela 6.2 e Tabela 6.3 ). • Sempre trabalhe abaixo do nível dos olhos. • Certifique-se de que todos os MPs estéreis sejam preparados, misturados e reconstituídos em GSBs. • Ao preparar MPs não estéreis, como cápsulas e comprimidos para tubos orais, nasogástricos e gástricos, um isolador destinado a contenção (como um GSB de Classe I) deve ser usado para esmagar ou manipular, e o CPE deve ser descontaminado após o uso (Polovich et al., 2014). Devem ser tomadas precauções de segurança adicionais para diminuir a exposição se o profissional de saúde precisar misturar o MP com saborizantes ou alimentos para garantir que o paciente tome o medicamento. • Para impedir que o êmbolo da seringa se separe do cilindro, a equipe da farmácia não deve encher demais as seringas (de modo geral, elas devem ser enchidas até no máximo três quartos). Um DTSF deve ser usado na extremidade da seringa durante a administração de MPs. • O excesso de medicação ou ar contido em uma seringa sem agulha nunca deve ser expelido para o ar, mas sim diretamente em uma gaze estéril que esteja dentro de um saco plástico selável (a equipe de farmácia deve remover o excesso de ar antes da administração). • Todos os equipos IV devem passar por priming em um GSB, com fluido que não contenha medicação antes da adição de drogas citotóxicas. Podem ser usadas pontas perfurantes de bolsa ou secas de DTSF quando a equipe de farmácia não
Kiffmeyer et al., 2002): – Carmustina (BiCNU) – Cisplatina (Platinol) – Ciclofosfamida (Cytoxan) – Etoposido (Toposar) – Fluorouracil (Adrucil) – Ifosfamida (Ifex)
Capítulo 6. Manuseio Seguro de Medicamentos Perigosos 155
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