PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

fechada dentro do dispositivo, para que não escapem para o ambiente. Outros dispositivos usam um filtro embutido ou uma membrana de carvão ativado para “limpar” o ar que pode estar contaminado com vapores de MPs antes de ser expelido para o ambiente. Qualquer DTSF escolhido deve estar em conformidade com os padrões USP <800> e NIOSH. Os DTSFs também devem ser avaliados quanto a preocupações ergonômicas e à facilidade de uso (Page, 2016). Controles administrativos O próximo nível de controle para impedir a exposição de profissionais de saúde a MPs são os controles administrativos, um elemento essencial do manuseio seguro. Os controles administrativos incluem políticas, procedimentos, agendamento, treinamento da equipe, validação de treinamento e competência e padrões de conformidade da equipe (NIOSH, 2004; Polovich et al., 2014). O NIOSH, a OSHA e o USP <800> determinam que os riscos de exposição no local de trabalho sejam deixados claros aos profissionais. Essas organizações também determinam que os profissionais sejam treinados quanto a práticas de trabalho e equipamentos seguros. O treinamento deve ser documentado pelo menos anualmente (Mansur, 2016; Neuss et al., 2017). As trabalhadoras grávidas devem receber um nível extra de proteção. O desenvolvimento de fetos e recém-nascidos pode ser mais suscetível a danos por MPs, porque a quimioterapia é direcionada a células que se dividem rapidamente (Connor, Lawson, Polovich e McDiarmid, 2014; Selig et al., 2012). Enfermeiros em áreas onde é administrada quimioterapia estão em constante risco de baixo nível de exposição (Gilani e Giridharan, 2014). Os riscos podem ser significativamente reduzidos se os enfermeiros aderirem às precauções padrão de manuseio e administração de MPs (Connor et al., 2010; Kopp, Schierl e Nowak, 2013). No entanto, mesmo com a adesão às recomendações para manuseio seguro, não é possível eliminar completamente o potencial de exposição acidental (Polovich et al., 2014). A ONS recomenda que mulheres grávidas e mães novas se abstenham de atividades que exponham a si ou a seu feto a riscos à saúde reprodutiva, como agentes químicos, físicos ou biológicos (Polovich et al., 2014). A lista de 2016 do NIOSH de MPs de Grupo 3 (Lista de MPs, Tabela 3) relaciona MPs que representam primariamente um risco reprodutivo para homens e mulheres que estão ativamente tentando conceber, e mulheres grávidas ou que estão amamentando (Power e Polovich, 2016). Tarefas alternativas que não incluam preparação ou administração de MPs devem estar disponíveis, mediante solicitação, tanto para homens quanto para mulheres, especialmente durante o primeiro trimestre de gravidez (Gilani e Giridharan, 2014; Polovich, 2011). Os controles administrativos também incluem a vigilância médica, que envolve a coleta de dados para detectar alterações no estado de saúde dos profissionais de saúde potencialmente expostos a MPs (Polovich, 2011). O USP <800> recomenda um programa de vigilância médica em quatro níveis: • O nível um é a instrução e a autovigilância dos profissionais de saúde. • O nível dois exige vigilância por parte do empregador, incluindo um questionário anual sobre preocupações com reprodução e o monitoramento das tendências de faltas por doença. • O nível três exige uma vigilância médica ampla, incluindo uma triagem de avaliação inicial no momento da contratação e anualmente a partir de então. O trabalho de laboratório de triagem inclui um hemograma completo, exames de função hepática, exame de urina e teste de drogas na urina.

• O nível quatro envolve a vigilância pós-exposição, com registro, no prontuário médico, do medicamento envolvido e a data em que a exposição ocorreu. Isso costuma ser o mais difícil para os empregadores, pois é difícil exigir exames e qualificar os resultados. Controle ambiental e de qualidade Recomenda-se a coleta de amostras do ambiente usando lenços ( wipe s) como referência a cada seis meses para determinar a eficácia das medidas de prevenção à exposição (USP <800>, 2016). Os equipamentos de CPE, as áreas de preparação, as áreas de trabalho adjacentes e as áreas de administração ao paciente devem ser incluídas nos testes de amostras coletadas com lenço. Não existe um padrão para níveis aceitáveis de contaminação. As instituições devem desenvolver medidas de qualidade, identificar contaminações específicas e criar um plano de ação para reavaliar as práticas de trabalho e retreinar o pessoal quando contaminações são detectadas (Sessink et al., 2013). A coleta de amostras com lenço também deve ser repetida após a desativação e descontaminação a fim de garantir a efetividade das medidas de limpeza. Equipamento de proteção individual O equipamento de proteção individual (EPI) é o nível final dos controles de risco e uma das maneiras mais diretas para os profissionais de saúde evitarem a exposição (Friese, McArdle et al., 2015). O EPI inclui luvas, aventais, proteção respiratória (respiradores e máscaras faciais) e proteção para os olhos (protetores faciais ou óculos de proteção). O EPI apropriado deve sempre ser usado ao administrar MPs. O tipo de EPI utilizado depende da via de administração e da forma do medicamento ( Tabela 6.2 ). A pessoa com responsabilidade primária por esse nível é o profissional de saúde (Polovich et al., 2014). Além da administração de medicamentos, outras situações que exigem o uso de EPI incluem: • Preparação de medicamentos orais que devem ser manipulados ou esmagados. • Preparação ou transferência de medicamentos de frascos ou ampolas. • Conexão, priming ou troca de equipamentos IV. • Expulsão de ar ou transferência de medicamentos usando agulhas ou seringas. • Contato com tubulações ou conectores com vazamento. • Gerenciamento de derramamentos citotóxicos. • Descarte de MP. • Mistura de materiais. • Manipulação de fluidos corporais de pacientes que receberam MPs nas últimas 48 horas ( recomendado pela OSHA e NIOSH). Tipos de EPI • As luvas devem ser descartáveis, sem talco e testadas para uso com MPs de acordo com os padrões da American Society for Testing Materials D6978-05 (ASTM, 2013). Informações sobre os resultados de testes de luvas geralmente são impressas na caixa. Os enfermeiros que administram medicamentos perigosos devem confirmar que as luvas que estão usando foram testadas quanto à permeabilidade à quimioterapia. As luvas de látex são seguras para proteção contra exposição a MPs, mas podem causar alergia ou sensibilidade ao látex. O USP <800> exige luvas duplas para administração de MPs. Luvas com punhos mais longos são preferenciais. O punho da luva interna deve ficar embaixo

154 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição

Powered by