e gerenciamento de exposição. As bulas dos medicamentos, disponíveis para todos os medicamentos aprovados pela FDA, também contêm informações específicas relacionadas aos critérios do NIOSH. Riscos de exposição ocupacional Estudos mostraram que a exposição e a contaminação ocorrem em uma variedade de contextos (USP <800>, 2016). O NIOSH (2004) define as possíveis rotas de exposição a seguir: • Injeção por agulha. • Ingestão direta ou por meio de alimentos e bebidas. • Inalação de aerossóis de medicamentos. • Absorção através das membranas mucosas após o contato direto. A liberação perigosa de agentes citotóxicos para o meio ambiente ocorre durante todas as etapas e métodos de administração da terapia, incluindo a preparação ou transferência de medicamentos de frascos ou ampolas; conexão, priming e troca de equipamentos intravenosos (IV); expulsão de ar; e transferência de medicamentos por meio de agulhas ou seringas (Power e Polovich, 2016). Os vesicantes (p. ex., daunorrubicina, vincristina) podem causar queimaduras graves em caso de contato com a membrana mucosa dos olhos ou injeção acidental em tecido. Outras vias de exposição incluem contato com tubulações ou conectores com vazamento, derramamentos citotóxicos, descarte de agentes citotóxicos e material de mistura e manuseio de fluidos corporais de um paciente dentro de 48 horas após a quimioterapia (Matsumoto et al., 2010; OSHA, 2004; Polovich et al., 2014). A literatura publicada sugere que MPs e efeitos tóxicos são detectáveis em profissionais de saúde que não tomam precauções para evitar a exposição. Profissionais de saúde como os farmacêuticos e enfermeiros que lidam com medicamentos antineoplásicos estão potencialmente expostos a vários medicamentos em doses baixas, e a exposição ocorre por muitos anos. Os profissionais de saúde não são beneficiados de modo algum pela exposição a drogas antineoplásicas; eles apenas enfrentam o potencial de dano, incluindo efeitos colaterais de longo prazo significativos (Polovich, 2016). Níveis mensuráveis de agentes citotóxicos na urina de profissionais de saúde têm sido demonstrados em vários estudos (Connor et al., 2010; Fransman, Peelen et al., 2007; Yoshida et al., 2011). Estudos de contaminação de superfícies demonstraram que controles de engenharia e práticas de manuseio não impedem a liberação de MPs no ambiente. A contaminação foi demonstrada em áreas de preparação e administração de medicamentos, bem como em áreas de atendimento ao paciente (Connor et al., 2010; Fransman, Peelen et al., 2007; Polovich et al., 2014; Yoshida et al., 2011). A adesão às diretrizes de segurança estabelecidas oferece proteção aos profissionais de saúde envolvidos no manuseio e administração de agentes quimioterapêuticos e no atendimento aos pacientes que os recebem. O USP <800> foi criado especificamente para identificar os requisitos para recebimento, armazenamento, manipulação, dispensação e administração de MPs para proteger os pacientes, os profissionais de saúde e o meio ambiente. As instituições de saúde individuais são obrigadas pela OSHA e pelo USP <800> a desenvolver e implementar políticas relativas ao manuseio seguro de agentes citotóxicos. Essas medidas de proteção devem incluir, no mínimo, o seguinte: • Disposição sobre a administração, o armazenamento, o transporte e o descarte seguros de agentes perigosos.
• Treinamento obrigatório de funcionários sobre materiais perigosos. • Planejamento e execução de gerenciamento de derramamentos de MPs. • Medidas de prevenção à exposição, como a proibição de comer, beber, mascar chicletes, armazenar alimentos e aplicar cosméticos em áreas onde são preparados ou administrados agentes citotóxicos. • Medidas de proteção contra exposição específicas para funcionárias que estejam grávidas, pretendam engravidar ou estejam amamentando, incluindo a opção de não serem expostas a agentes citotóxicos ou não atenderem pacientes em tratamento quimioterápico. Os profissionais de saúde com capacidade reprodutiva devem confirmar por escrito que compreendem os riscos do manuseio de MPs (USP <800>, 2016). • Política e procedimentos para o monitoramento da conformidade. • Documentação de indicadores de melhoria da qualidade e treinamento (Polovich et al., 2014). • Monitoramento da exposição ocupacional de longo prazo e minimização do risco aos funcionários (elemento recomendado ). O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) continua baixo em muitos ambientes, apesar das diretrizes nacionais, esforços educacionais e três décadas de descobertas de pesquisas que identificaram riscos significativos à saúde (Boiano, Steege e Sweeney, 2014; Freise, Himes-Ferris, Frasier, McCullagh e Griggs, 2012; Friese, McCullagh e Sutcliffe, 2015; Mahar, 2008; Power e Polovich, 2016). Estudos mostram que os enfermeiros percebem o risco à sua saúde pessoal como baixo e nem sempre usam EPI adequadamente (Friese, McCullagh et al., 2015). Uma pesquisa com 2.100 entrevistados (a maioria enfermeiros) revelou que 85% usavam luvas aprovadas para quimioterapia simples e apenas 18% usavam luvas duplas ao administrar quimioterapia (Boiano, Steege e Sweeney, 2014). Em outra pesquisa com 500 enfermeiros de oncologia ambulatorial, apenas 31% afirmaram que usavam aventais de quimioterapia durante a administração (Martin e Larson, 2003). É fundamental que os enfermeiros que trabalham com agentes perigosos sigam as diretrizes de práticas e as políticas institucionais estabelecidas para evitar a exposição (NIOSH, 2004; USP <800>, 2016). As diretrizes a seguir são consistentes com os conhecimentos científicos atuais e aplicam-se a todos os ambientes de atendimento pediátrico, como hospitais, ambulatórios, consultórios médicos e atendimento domiciliar. Os princípios estão relacionados à proteção de pessoas, controle de produtos e proteção ambiental pelo uso de equipamentos, vestimentas e práticas de proteção.
Diretrizes de prevenção à exposição
HIERARQUIA DE CONTROLES DE RISCO Proteger os profissionais de saúde contra exposição requer vários níveis de controle ( Tabela 6.1 ). O NIOSH demonstra esse conceito por meio de uma pirâmide invertida ( Figura 6.1 ), listando os níveis de controle organizacional do mais eficaz ao menos eficaz. Controles de engenharia Os controles de engenharia são um componente essencial da prevenção à exposição a MPs e incluem dispositivos e
152 Plano de Estudos de Quimioterapia e Bioterapia Pediátrica: Quarta Edição
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