PLANO DE ESTUDOS DE Quimioterapia e Bioterapia PEDIÁTRICA

Figura 5.9. Terapia BiTE

Figura 5.10. Exemplo de uma importante via de transdução de sinal

Desenho por Caroline Anderson. Reproduzido com permissão.

Copyright 2018, Cancer Research UK. Reproduzido com permissão.

– Via PI3K/AKT/mTOR, que regula o crescimento e a sobrevivência da célula; entre os agentes possivelmente eficazes nessa via estão o tensirolimo e o everolimo, que têm como alvo o mTOR; estudos pediátricos estão avaliando a eficácia de inibidores de mTOR no tratamento de rabdomiossarcoma, neuroblastoma e glioma de alto grau recidivados (Smith, 2016). – Via JAK/STAT, que regula o crescimento, a sobrevivência, a diferenciação e a resistência a patógenos; medeia efeitos de GCSF, eritropoietina e trombopoietina; e medeia citocinas. O ruxolitinibe é um exemplo de inibidor de JAK que está sendo avaliado para leucemias pediátricas; entre os efeitos colaterais distintos para vários dos inibidores de JAK estão neurotoxicidade, incluindo tontura, ataxia, alucinações e ansiedade (Smith, 2016). • Vias desenvolvimentais/embrionárias que regulam o desenvolvimento embrionário; mutações nessas vias podem levar a cânceres pediátricos específicos. – A via hedgehog regula a expressão de ciclina e a transcrição genética; mutações nessa via estão associadas a meduloblastoma. Estudos clínicos pediátricos estão avaliando um inibidor da via hedgehog , o vismodegibe, em pacientes com meduloblastoma (Smith, 2016). – A via notch regula a transcrição genética e, por vezes, atua como supressor tumoral; mutações nessa via já foram associadas a LLA e ependimoma. – A via wnt regula o ciclo celular; mutações já foram associadas a tumor de Wilms, hepatoblastoma e meduloblastoma. • Histonas deacetilases (HDACs): enzimas que trabalham para ajudar as cadeias de DNA a se enrolarem firmemente. Também atuam como oncogenes para alguns tumores. Inibidores de HDAC (vorinostat, panobinostat) bloqueiam HDACs, o que resulta em interrupção do ciclo celular e induz a morte celular (Ceccacci e Minucci, 2016). Angiogênese A angiogênese desempenha uma função importante no alastramento do câncer. A angiogênese é um processo fisiológico que envolve o crescimento de novos vasos

sanguíneos a partir de vasos existentes. A viabilidade do tumor depende da angiogênese para fornecer oxigênio, nutrientes e fatores de crescimento que permitem que o tumor cresça, sofra metástase e forme novas colônias cancerosas (NCI, 2011). Os tumores estimulam o crescimento de vasos sanguíneos secretando diversos fatores de crescimento, incluindo fatores de crescimento endotelial vascular (VEGFs), que são potentes estimuladores da angiogênese. O VEGF causa uma gigantesca cascata de sinalização nas células endoteliais que forram o interior de vasos sanguíneos. Essa cascata desencadeia a produção de fatores que estimulam a permeabilidade dos vasos, proliferação, migração e diferenciação em células sanguíneas maduras. O bevacizumabe (Avastin), um anticorpo monoclonal, é um exemplo de inibidor de VEGF. O bevacizumabe se liga ao VEGF e o neutraliza, impedindo sua associação a receptores endoteliais e, consequentemente, evitando a angiogênese ( Figura 5.11 ). Ele já demonstrou eficácia no tratamento de gliomas de baixo grau recorrentes (Packer et al., 2017) e tumores sólidos recidivados ou refratários (tumores cerebrais, neuroblastoma e sarcoma de Ewing) (Benesch et al., 2008). A talidomida também já foi investigada como inibidor da angiogênese. A talidomida impede a angiogênese inibindo o VEGF e o fator de crescimento de fibroblastos básicos. Embora a talidomida já exista desde o final da década de 1950, ela continua sendo usada e testada para cânceres pediátricos, incluindo glioma pontino intrínseco difuso, carcinoma hepatocelular fibrolamelar e diversos outros tumores recorrentes (Robinson et al., 2014). A talidomida é altamente teratogênica, e pacientes e prescritores precisam participar de um programa de avaliação de risco e estratégia de mitigação (REMS) patrocinado pela FDA. Inibidores angiogênicos impedem que o tumor desenvolva novos vasos sanguíneos, mas não matam células cancerosas. Consequentemente, inibidores de VEGF são usados em conjunto com quimioterapia e radiação. Estudos já mostraram que a terapia antiangiogênica pode melhorar os efeitos antitumorais da radiação (Kleibeuker et al., 2015). Como inibidores de VEGF precisam ser administrados por um longo período de tempo para evitar o crescimento e a metástase do tumor, pesquisas atuais estão estudando os efeitos de longo prazo. Existem

Capítulo 5. Bioterapia: Princípios e Agentes 105

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